Nesta terça-feira, 11/02, a Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que a voz do porteiro que efetivamente liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do funcionário que mencionou o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). O documento, assinado por 6 peritos, também atesta que o áudio da portaria não sofreu qualquer tipo de edição e que a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson, junto com Élcio de Queiroz.
No ano passado, o laudo do MP foi questionado devido ao curto prazo que foi confeccionado, contudo, o documento elaborado por 06 peritos da Polícia Civil confirmou o teor anteriormente elaborado pela Diretora da DEDIT, da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Publico- CSI – MPRJ, Maria do Carmo Gargaglione.
Esse laudo, que teve Maria do Carmo Gargaglione no comando da elaboração, já atestava que a voz era do PM reformado Ronie Lessa e que o mesmo havia liberado a entrada do ex-PM Elcio de Queiroz no condomínio no dia do crime. Também foi confirmado que a gravação era íntegra, ou seja, não havia edição, cuja suspeita de manipulação, à época levantada por alguns peritos, acabou não se confirmando, nos termos do próprio laudo elaborado pela Polícia Civil.
Maria do Carmo Gargaglione é Professora do Curso de Investigação e Perícia Criminal da Polícia Militar do Rio de Janeiro, além de Diretora da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Em 30 outubro de 2019, um dia após ser noticiado o depoimento do porteiro, o presidente Jair Bolsonaro negou que alguém de sua casa tivesse autorizado a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, postou em suas redes sociais, imagem e áudio que, de acordo ele, foram tirados do sistema de ligações da portaria do condomínio. No áudio postado por Carlos, uma voz anunciava a chegada de Élcio para a casa 65, onde morava Ronnie Lessa, e não para a 58, de Bolsonaro.
A gravação do sistema de comunicação do condomínio analisada pelo MP foi cedida pelo síndico do condomínio Vivendas da Barra.
Só que tem uma coisa que a imprensa tradicional não coloca. A da gravação do sistema de comunicação do condomínio que liga direto ao celular em qualquer lugar onde o morador estiver. E outra, para o porteiro colocar na planilha a casa 58, portanto, “sem querer”, “engano”, então, quem falou mais alto? O subconsciente do porteiro de tanto vê os milicianos frequentarem a casa de número 58? Há que conferir, pois, não está casando a historieta.