No fim de 2019, durante uma sessão de fotos para um show autoral de cantores de blocos de rua cariocas, o fotógrafo Rodrigo Ferraz teve uma ideia: criar uma série que mostrasse ao público a história de pessoas que estão por trás dos personagens que ganham vida antes, durante e depois da folia.
À época, o mês de fevereiro chegou e o profissional carioca, que já fotografou bandas como BaianaSystem e Planet Hemp, além de artistas como Milton Nascimento e Rincon Sapiência, deu início à ideia e começou sua série fotográfica.
Entre os participantes da série, nomes como Pedro Luís (Monobloco), Matheus VK (Fogo e Paixão), Ana Bispo (Agytoê), Pedro Buarque (blocos Brasil e Pra Iaiá), Letícia Salgueiro (regente de blocos como Fogo e Paixão e Bloco da Favorita) e Celso Chagas (jornalista, compositor e vocalista do bloco Desliga da Justiça), entre outros.
Confira aqui a agenda dos blocos de rua do Carnaval carioca de 2020 do DIÁRIO DO RIO
”A ideia do projeto nasceu observando meus amigos artistas. Pensei: ‘Como o Carnaval de rua é feito por pessoas tão talentosas e qualificadas!’. O projeto busca justamente divulgar e valorizar essas pessoas, seus personagens, blocos e trabalhos. Também é uma forma de mostrar às empresas e aos órgãos públicos que a folia de rua não é feita sem preparo, qualidade ou comprometimento. Pelo contrário, merece contar com mais financiamento e estrutura”, disse Rodrigo.
O fotógrafo – ele próprio, um membro do Bloco pra Iaiá – ressalta uma faceta importante com a iniciativa: a viabilidade da festa popular como gerador de emprego e de renda, além de representar uma janela para o resto do país e para fora dele. Não à toa, o Carnaval é considerado a maior festa popular do mundo e Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em 2019, segundo a Riotur, foram mais de 1,6 milhão de turistas na cidade, com uma receita de R$ 3,78 bilhões para a cidade e mais de 7 milhões de foliões nos blocos de rua.
”Temos que respeitar o pierrô, a colombina e o arlequim”, brinca Rodrigo, para enfatizar a seriedade da festa, por mais contraditória que pareça a afirmação.
”O Carnaval de rua ainda pena com muita informalidade e com a falta de interesse por parte de quem pode contribuir para o crescimento sustentável da festa. Poucos sabem, por exemplo, que o trabalho de um bloco começa muito antes de ele colocar o desfile na rua”, contextualiza.
”Quero contar essas histórias através das pessoas e de seus talentos”, finaliza Rodrigo. E viva a folia de rua!