Após gestão mudar, unidades de saúde das zonas Norte e Sul têm atendimento prejudicado

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Foto: Reprodução/TV Globo

Devido à mudança de gestão de unidades de atenção básica da cidade do Rio de Janeiro, Clínicas da Família das zonas Norte e Sul têm, atualmente, seus atendimentos prejudicados.

Isso porque muitos médicos preferiram não manter o contrato de trabalho, por conta de seus salários terem sido diminuídos.

Depois de ter assumido, há 2 meses, a administração de Clínicas da Família da Zona Oeste, a Rio Saúde, empresa pública pertencente à Prefeitura, assumiu também, durante a semana passada, as unidades das zonas Norte e Sul.

Nesta quinta-feira (27/02), o sindicato que representa os médicos no Rio informou que a negociação com a Prefeitura foi paralisada durante o Carnaval. Além disso, no momento, 60% das vagas nas unidades das zonas Norte e Sul estão desocupadas.

Procurando atendimento médico, diversos pacientes foram cedo para as filas nesta quinta-feira.

”Eu vim na quinta passada para saber da consulta, que estava marcada há uns 3 meses, e mandaram que viesse hoje. Eu cheguei aqui cinco horas da manhã, e estava cheio de gente. Eu ainda não sei se vou ser atendida, infelizmente”, contou a aposentada Olga Barreto, que esperava na porta da Clínica da Família Souza Marques, no Campinho, Zona Norte.

Na Rocinha, Zona Sul, também não havia médicos na clínica Rinaldo de Lamare. Os pacientes não tinham previsão de atendimento.

Para Alexandre Duque, diretor do Sindicato dos Médicos, não houve planejamento por parte do Executivo municipal.

”A troca das OSs pela empresa pública de saúde poderia ter sido feita de maneira bem tranquila, lenta e gradual, com concurso público para todos os novos contratados. O que está sendo realizado agora impacta diretamente no serviço à população e também nos profissionais, que ficam sem saber muito o que vai acontecer nas próximas semanas”, disse ele.

O coletivo ”Nenhum Serviço de Saúde a Menos” enviou à Prefeitura uma carta aberta revelando que as unidades de atenção básica estão momentaneamente desestruturadas. Ademais, solicita que se crie um gabinete de crise para tratar da situação e da recontratação de profissionais de maneira emergencial.

O ex-secretário de saúde, Daniel Soranz, que trabalhou na gestão Eduardo Paes, também falou, ao DIÁRIO DO RIO, sobre o assunto:

“O problema é, além dos cortes que a Prefeitura fez no setor, de insegurança administrativa. Por conta dos atrasos de salários, muitos médicos não querem mais trabalhar em clínicas da família. Não é um problema provisório, de transição, como diz o Prefeito”, opinou.

A Rio Saúde argumentou que está atuando para preencher o quadro de funcionários das clínicas e que as regiões afetadas já vinham sofrendo com a falta de profissionais desde a gestão da Organização Social.

Sobre a reclamação referente à diminuição dos salários dos médicos, a empresa pública informou que os pagamentos estão correspondentes aos pisos de cada categoria.

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1 COMENTÁRIO

  1. Ainda que se noticie que o atendimento está prejudicado, tenho certeza que a administração por um órgão empresa pública ainda é melhor que a entrega dos serviços às organizações sociais.

    Em minha opinião, o problema da Saúde Pública está no modelo. Na exploração da saúde pelo mercado privado.
    A saúde básica deveria ser exclusivamente pública (e assim também com a Educação Básica).
    Se todos fossem atendidos em condições de igualdade, os serviços prestados pelo Estado seria de razoável qualidade – nem a melhor nem a pior (que é a situação de hoje).

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