Em 2018, o Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todo o acervo histórico encontrado no local está largado, sem o menor trato, em um galpão na Gamboa, no Centro do Rio de Janeiro. São cerca de 1,3 milhão de peças.
Informações obtidas pelo DIÁRIO DO RIO dão conta de que no galpão onde está o acervo não tem nem profissional especializado, responsável, para cuidar das peças. As fontes do DIÁRIO contaram, ainda, que as chuvas da última semana molharam o espaço por dentro.
As peças que estão no galpão são as encontradas não só no Cais do Valongo como também em toda região da Pequena África.
Procurada, a Prefeitura do Rio e demais secretárias não responderam os contatos do DIÁRIO DO RIO.
O Cais do Valongo foi maior porto de entrada de negros escravizados na América Latina. De acordo com estimativas, cerca de 1 milhão de negros chegaram ao continente desembarcando no Valongo, construído em 1811 e aterrado em 1911. O local pode ser considerado o lugar mais importante de memória da diáspora africana fora da África.
O sítio foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 2017 e recebeu o título oficial no ano seguinte. Segundo a Unesco, o Cais foi incluído na lista por atender o critério VI do Guia para a Implementação da Convenção do Patrimônio Mundial que diz respeito à ligação do local a acontecimentos e tradições vivas, ideias ou crenças, obras artísticas e literárias de significação universal excepcional.
Para a Unesco, o Cais do Valongo é um sítio arqueológico sensível, porque abriga memórias que remetem a aspectos de dor e sobrevivência na história dos antepassados dos afrodescendentes, que hoje totalizam mais da metade da população brasileira e marcam as sociedades de outros países do continente americano.