Ensino público do Rio sofre com falta de mediadores para alunos com necessidades especiais

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Iserj - Foto: Divulgação

O sistema público de educação passa por uma carência em relação aos alunos portadores de necessidades especiais. De acordo com alguns pais dos estudantes, faltam mediadores nas salas de aula – o ano letivo teve início há mais de 1 mês.

No Instituto Superior de Educação (Iserj), na Zona Norte do Rio, por exemplo, devido à ausência de profissionais, Cristiane Pimental, mãe do aluno Matheus, que é portador de uma síndrome rara que dificulta a aprendizagem, optou por contratar um mediador particular. Entretanto, a ação da mãe não foi aceita pelo Iserj.

”As aulas começaram dia 10 de fevereiro e, até o momento, não foi apresentado o profissional. A escola diz que não tem esse profissional, que são mais de 100 alunos incluídos e que nenhum tem esse profissional de apoio”, diz Cristiane.

E Cristiane não é a única a reclamar da situação no Instituto. Segundo Jovalina Pereira da Fonseca, mãe de um filho cadeirante que está matriculado há anos no Iserj, o rapaz já foi até impedido de ir à escola por conta da falte de mediador.

”Eu fui à Justiça e então fiquei lá o ano todo e ele ia, não ia. Mandaram um oficial de Justiça dando ordem para ele ir ao colégio. Agora, ele entrou e então não tem quem ajude ele em nada, não tem ninguém que ajude ele a subir a rampa”, conta Jovalina.

Segundo a lei brasileira de inclusão, editada em 2015, o poder público deve garantir profissionais de apoio escolar, também conhecidos como mediadores, no sistema público de ensino.

Pelo o que diz a lei brasileira de inclusão, editada em 2015, a presença de mediadores no sistema público de ensino deve ser obrigatoriamente garantida pelo poder público.

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), que é responsável pelo Iserj, informou que, ainda nesta semana, vai iniciar um processo de contratação de mediadores temporários. Até lá, outros profissionais cuidarão das crianças.

Ainda de acordo com a Faetec, o Iserj tem, atualmente, cerca de 20 estudantes com necessidades de mediação.

Vale lembrar que, em março do ano passado, profissionais cuidadores de alunos especiais estavam com salários atrasados.

Também faltam profissionais de apoio na rede municipal

A situação não é muito diferente na rede municipal de educação do Rio. No Ciep Aracy de Almeida, por exemplo, localizado em Sulacap, na Zona Oeste da cidade, Pedro, de 4 anos, portador de autismo, tem sua mãe, Marcelle Gomes, presente na unidade diariamente, das 07h às 14h30, caso o filho necessite de auxílio.

”Eu fico porque, se precisar, eu estou por aqui. A escola até consegue rodízio de profissionais para ficar com ele, mas não tem para todo mundo. Se está com ele, está faltando para alguém”, diz a mãe do menino.

Segundo a Prefeitura do Rio, desde o começo da gestão foram contratados mais de 2.200 profissionais visando o auxílio às aulas. Além disso, no Ciep Aracy de Almeide, especificamente falando, não faltam mediadores, existindo 2 profissionais e 4 estagiários cuidando de 15 estudantes portadores de necessidades especiais.

A Prefeitura, entretanto, afirma que mesmo assim irá contratar novos profissionais.

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