Entre 1918 e 1919, o mundo viveu uma pandemia que ficou conhecida como Gripe Espanhola. A doença se espalhou pelo planeta durante o fim e depois da Primeira Guerra Mundial. O curioso é que os informativos da época davam algumas das dicas que temos que praticar hoje em dia para evitar a propagação do Coronavírus: lavar bem a mãos e evitar aglomerações.
A Gripe, ou Influenza Espanhola tem esse nome porque como a Espanha não participou da Primeira Guerra, o país viveu uma situação menos tensa e pôde noticiar melhor o conflito e os casos de contaminação pelo vírus através de sua imprensa. As informações sobre a doença se espalharam pelo mundo.
A doença foi observada pela primeira vez em Fort Riley, Kansas, Estados Unidos, em 4 de Março de 1918, e em Queens, Nova Iorque em 11 de Março do mesmo ano.
Os primeiros casos conhecidos da Gripe na Europa ocorreram em Abril de 1918 com tropas francesas, britânicas e americanas, estacionadas nos portos de embarque na França durante a Primeira Guerra Mundial.
Em Maio, a doença atingiu a Grécia, Portugal e Espanha. Em Junho, a Dinamarca e a Noruega. Em Agosto, os Países Baixos e a Suécia.
A Gripe Espanhola também chegou ao Brasil. Os relatos dão conta de que os primeiros casos aconteceram quando membros de uma esquadra brasileira foram contaminados pela doença no norte da África, na segunda metade de setembro de 1918.
Segundo o Instituto Butantan foram 12.700 no Rio de Janeiro, 6.000 em São Paulo, 1.316 em Porto Alegre, 1.250 em Recife e 386 em Salvador.”. Em Manaus, foram quase 900 mortos, com 9.000 infectados, entretanto, as autoridades de saúde estimaram que o número de mortos pudesse ser bem maior por conta da lotação dos cemitérios da cidade. Muitas pessoas morreram sem obituário ou sequer entraram para as estatísticas da capital amazonense. A doença matou a até um Presidente da República, Rodrigues Alves, em 1919.
Um fato curioso e carioca é que o time do Fluminense foi prejudicado pela Gripe Espanhola. O clube contratou um craque inglês para o Campeonato Estadual de 1918. Archibald French chegou para liderar o time para o título, que era o mais importante do país à época. Mas ele estava com a doença e acabou morrendo. Contaminando, também, boa parte do elenco. Na reta final da competição, o Flu nem tinha atletas para entrar em campo e perdia as partidas por W.O. Quase foi rebaixado.
Ao todo, no mundo, foram contaminadas mais de 500 milhões de pessoas (ou quase 27% da população mundial à época), sendo entre 50 e 100 milhões de mortes.
De acordo com especialistas da área da saúde, a Gripe Espanhola sumiu porque, provavelmente, grande parte das pessoas que sobreviveram já havia criado anticorpos. Especula-se também que uma nova mutação tenha tornado o agente infeccioso mais ameno ao corpo humano.
[…] Gripe Espanhola matou, no mundo, entre 50 e 100 milhões de pessoas – os números não são precisos por […]
Muito legal a matéria! Parabéns!