Ao que parece, a pandemia deve deixar marcas duradouras sobre os estabelecimentos de bairro. É o que revela o levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) realizado com 652 fluminenses. Durante a quarentena, 81,9% dos consumidores priorizaram esse tipo de comércio. A pesquisa também mostra que, ao final do distanciamento social, daqueles que optaram por comprar desse tipo de estabelecimento, cerca de 82,2% pretendem continuar prestigiando o negócio de menor porte do seu bairro.
“A pandemia praticamente obrigou os consumidores a olharem para os estabelecimentos comerciais do seu bairro, uma vez que o isolamento social fez com que permanecêssemos por mais tempo nas nossas casas. Desta forma, passamos a consumir em estabelecimento em que não consumíamos antes”, destaca João Gomes, diretor do IFec RJ.
O estudo também questionou os consumidores do estado do Rio de Janeiro sobre a sua percepção em relação às despesas pessoais fixas e de lazer, num comparativo entre os meses de maio e junho, este último já próximo do fim. Para 52,6% os gastos vão aumentar, outros 31% acreditam que vai permanecer igual e por fim, 16,4% creem que deve diminuir.
Os fluminenses também sinalizaram na pesquisa as maiores despesas de junho em relação ao mês de maio, começando por: alimentos e bebidas (79,6%); energia elétrica, gás e água (56,8%); produtos de higiene pessoal (50,5%); produtos de limpeza (50,5%); produtos farmacêuticos (46,2%); internet de celular (19,3%); e produtos eletrônicos (10,6%).
Compras pela internet
A experiência de compra no mundo virtual já é uma realidade para 81,8% dos consumidores do estado. Dentre os moradores do estado do Rio, 11,3% passaram a fazer compras pela internet por causa do isolamento social. Ainda sobre o comportamento do consumidor, para 22,6% há a percepção de que suas compras online aumentaram durante o isolamento social, para outros 22,1% se mantiveram no mesmo nível e, 25,8% observaram uma redução.
Entre os cidadãos fluminenses que fizeram compras pela internet a partir da quarentena, 45,5% enfrentaram algum tipo de problema. Os principais foram: pagar pelo frete normal e a mercadoria chegar fora do prazo (17,1%); pagar pelo frete expresso e a mercado chegar fora do prazo (9%); não precisou pagar pelo frete e a mercadoria chegou fora do prazo (4,6%), produto entregue com defeito (1,7%) e outros problemas (13%), dentre os quais a mercadoria não ter chegado. Mesmo sendo visível a necessidade de uma melhor logística de entrega dos produtos, aproximadamente 54,5% dos pesquisados informou não ter enfrentado problemas com a compra realizada no mundo virtual.
Para os que fizeram compras pela internet a partir do isolamento, o ranking de produtos é bem variado: eletrônicos – celulares, computadores, etc. (28,4%); alimentos e bebidas (27%); artigos de farmácia e médicos (24%); vestuários e calçados para adultos (22,3%); produtos de saúde e beleza (20,8%); vestuários e calçados infantis (19,6%); eletrodomésticos (18,8%); livros e eBooks (17%); artigos de uso pessoal – bolsa, óculos, etc. (13,8%); móveis (11,1%); artigos de papelaria (8,2%); brinquedos (7,6%) e materiais de construção (3,5%).