No bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio, a rua que leva o nome de um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, Vinícius de Moraes, também abriga a Toca do Vinícius, famoso reduto e ponto de referência na cidade quando o assunto é bossa nova. Mesmo com tanta riqueza artística tradizida em um amplo acervo que ajudam contar a história do Rio e do Brasil, o local, fechado desde o iníco da pandemia, em março, procura alguém que possa investir no espaço e continuar com o legado cultural, que já dura mais de 60 anos.
O fundador d endereço, Carlos Alberto Afonso, tenta negociar um contrato de licenciamento da marca — uma das exigências dele é que a Toca continue instalada no bairro.
Quem decidir entrar no negócio, vai ter a disposição inúmeros livros, discos, DVDs, fotos e partituras da bossa nova, além das mais de cem placas em cimento “carimbadas” com as mãos de artistas e celebridades. As palmas de Oscar Niemeyer, Zico, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Chico Buarque, por exemplo, estão lá, registradas para a posteridade.
Enquanto não encontra um interessado, Carlos Alberto está em Minas Gerais, onde quer criar uma versão menor do espaço: a Toquinha. Com a crise provocada pela pandemia, ele resolveu fechar as portas e apostar em outro tipo de relacionamento com o público. Recentemente, publicou no Facebook que “a Toca do Vinicius não está acabando, mas desativando sua interação física com a sociedade, dando lugar à atividade virtual”.
O espaço nasceu como uma editora, com a publicação do livro “ABC de Vinicius de Moraes”, nos anos 1990. Pouco a pouco, virou um reduto da cultura da bossa nova. Além do grande acervo sobre o tema, a Toca sediou shows históricos e festas concorridas para a apresentação das placas, que hoje podem ser vistas pela vitrine. Os pedaços de cimento sempre renderam histórias curiosas. Chico Buarque, por exemplo, depositou suas mãos no bloco em 1º de abril de 2004, dia em que o golpe de 1964 completava 40 anos, enquanto jogava uma partida de futebol no Recreio.