Colégio Pedro II só adotará aulas online quando todos os alunos tiverem acesso à internet

Segundo o reitor, algumas atividades online devem ter início na metade de setembro, quando alunos em vulnerabilidade social terão recebido bolsa auxílio

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O Colégio Pedro II divulgou um comunicado para pais e alunos da instituição, informando que não adotará o sistema de ensino à distância (EAD) até que todos os alunos possam participar das aulas virtuais. A ideia é que as aulas online se iniciem apenas quando os professores estejam preparados e o acesso seja viável para todos. Na opinião da direção do Pedro II, é possível que a carga horária total só seja concluída em 2022.

O colégio entende que pautado na Lei 14040, recentemente sancionada, nós teremos condições de ofertar a todos os estudantes do colégio Pedro II as 800 horas de ensino no ano de 2021. Talvez seja contabilizado alguma coisa no ano de 2022“, explicou o reitor Oscar Halac

As aulas nas unidades do Pedro II estão suspensas desde março, quando começaram as medidas de distanciamento social para combater a pandemia da Covid-19.

De acordo com o comunicado divulgado no final de julho, a carga horária de 800 horas exigidas pelo Ministério da Educação (MEC), só será colocada em prática com as condições sanitárias seguras para toda a comunidade escolar.

“Nenhum de nós em momento algum ouviu ou soube que as atividades remotas, quando veiculadas com o cunho de aulas, tiveram sucesso nesse momento. O primeiro objetivo é preservar a vida. O segundo é fazer com que todos e todas as estudantes do Colégio Pedro II possam ter a mesma oportunidade de assimilação de conteúdo“, disse o reitor.

Pais de alunos contrários e a favor da decisão chegaram a escrever cartas abertas para defender suas posições. Quem defende a retomada das aulas, mesmo que de forma virtual, acredita que seria uma maneira de manter um vínculo dos alunos com o colégio. Já na opinião de quem apoia a medida, a preocupação maior é com a saúde das crianças.

Segundo o reitor, a expectativa é iniciar uma série de atividades a distância na metade de setembro, quando os alunos em vulnerabilidade social terão recebido o auxílio inclusão digital, no valor de R$ 600. A bolsa será direcionada às famílias classificadas no programa, com o objetivo de comprar equipamentos de informática para terem acesso ao conteúdo virtual.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Passaram-se 6 (seis) meses da paralisação por conta da Pandemia. Alguns discursos foram feitos no intuito de sempre participar a comunidade escolar o posicionamento do Colégio Pedro II referente à impossibilidade de prever uma retomada gradual das atividades presenciais, além da divulgação das Atas das reuniões do GT Central de Protocolos e Cenários Pós-Pandemia do CPII, não dando oportunidade para todos os responsáveis opinarem quanto as possíveis linhas de ações que poderão ser tomadas.

    Seis meses! Não e não há política de adequação e emprego do recurso tecnológico de ensino à distância, indo na contramão da tendência mundial para este segmento. A título de esclarecimento, poderia haver sincronização das aula on-line, nos moldes que são feitos os cursos de graduação e pós-graduação, além do que já é concretizado no âmbito das escolas particulares. As plataformas de uso privado e as públicas são seguras, e, s.m.j. não vejo que haveriam constrangimentos dos estudantes nas atividades de videoconferência ou vídeo chat. Levando em consideração outras vertentes, como direitos de imagem e voz, tanto dos alunos (a maioria é menor de idade), quanto dos professores, não haveria de falar de direitos autorais sobre os conteúdos produzidos pelos docentes, pois estes são servidores do Estado e tudo que produzem em salas de aula, pertence ao Estado. A exemplo disso, podemos citar os cursos oferecidos pela ENAP, ESAF, FGV, enfim, diversos órgãos que utilizam plataformas digitais para ministrarem os mais diversos cursos. Ainda, em relação a segurança, os vídeos das gravações, logicamente produzidos em ambiente institucional, são de responsabilidade e propriedade do Colégio, assim, cabe a este cuidar da proteção dos dados, do mesmo modo que é feito com a segurança digital.

    Acompanho as atividades sugeridas no portal do Colégio durante o período de suspensão de aulas, e que as equipes pedagógicas dos campi disponibilizaram alguns conteúdos voltados para os estudantes que podem ser desenvolvidas em casa. Também, informa que as sugestões não substituem os conteúdos das aulas regulares (concordo plenamente), até porque na informação consta que as indicações visam apenas estimular os estudantes durante esse período, pensadas a partir de cada série/faixa etária. No entanto, discordo deste pensamento que visa estimular, pois as atividades não levam em consideração a capacidade/dificuldade cognitiva de cada aluno.

    Alguns professores até tem boa vontade e acabam frustrados por não poder ministrar conteúdos sólidos, que fazem parte das aulas regulares, porque foram proibidos por conta de normativos e determinações superiores, a fim de não causarem desigualdades entre as turmas.

    Concordo com a preocupação dos dirigentes do Colégio quanto ao retorno das aulas de forma segura. O tempo está passando, o ano letivo “perdido”, como ficarão os alunos? Será que não percebem que quanto mais tarde se posicionarem, maiores serão os prejuízos cognitivos e psicológicos aos estudantes?

    São muitos os questionamentos acerca das posições divulgadas pelo Colégio, que causam mais incertezas sobre a concretude do que poderá ser, e, quando será feito.

    Do mesmo modo que lamento as vidas ceifadas por conta da doença, é lamentável a inércia do Colégio em não apresentar e colocar em prática um projeto de educação à distância, que favoreça todos os alunos.

    Lamentável também o posicionamento da equipe pedagógica reiterando sistematicamente que não vai aderir ao ensino remoto, após seis meses de paralisação, informando ainda não saber como recuperar as aulas perdidas.

    Lamentável a declaração proposta pelo sindicato dos servidores acerca do cancelamento do ano letivo. Por que não propõem também, a redução dos salários, pois se não estão lecionando ou desenvolvendo atividades presenciais, não é justo receberem os salários de forma integral, isso, é no mínimo lesar o erário.

    Lamentável a declaração do digníssimo Reitor, divulgada na mídia, em não querer fazer aulas apenas para fazer constar, alegando que mesmo aqueles estudantes que possuem condições de acesso teriam, com aulas curriculares remotas, grande deficiência de eficácia – um absurdo! É o mesmo que dizer que os cursos de capacitação realizados pelos servidores do Colégio, no modelo EAD, só servem para dizer que os mesmos estão capacitados – quem garante então, que o aprendizado destes foi eficaz?

    Também, segundo divulgado na mídia a falta de gestão e planejamento pedagógico, está fazendo com que muitos Pais busquem outras soluções e alternativas, junto a colégios privados, que, de forma a atenuarem os danos causados pelos colégios públicos, dada a infelicidade de não apresentarem soluções, além de não terem adotado o ensino remoto, criaram curso livre para estudantes matriculados nestes colégios, pois como já dito acima, não adotaram o ensino remoto, e estão causando danos cognitivos e psicológicos.

    A solução adotada nessas escolas (particulares) é simples, utilizando e oferecendo acesso a plataforma digital, via web, com aulas gravadas, livros virtuais e exercícios. Além disso, durante o ciclo semanal há aulas “ao vivo”, com tutorial e plantão de dúvidas com professores das disciplinas – solução muito fácil que deve(ria) ser adotada pelo Colégio Pedro II.

    Lamentável o Colégio dispender uma fortuna para que famílias adquiram tablets e pacotes de internet para assistirem aulas remotas, quando este mesma Colégio declara que não haverá aulas remotas, isso é no mínimo falta de discernimento e planejamento. É, em primeiro plano descaso com o dinheiro público, nosso dinheiro.

    A nos, Pais e Responsáveis, resta apenas esperar e controlar os ânimos e apreensões dos nossos estudantes em virtude do longo tempo de afastamento das atividades escolares e da falta de apresentação de um projeto sólido que atenue o sofrimento.

    • Bem colocado, mas acho q alguns professores (espero que não seja a maioria) não querem ou não podem exercer seu ofício de casa) e desconheço por qual razão. O ensino remoto é medida emergencial e transitória porém necessária neste momento. (Deus nos livre) se ficarmos 2 anos sem vacina… Vão ficar cancelando ano letivo? atrasando/reprovando os alunos? ? Infelizmente, ensino presencial gostem ou não é o que temos para hoje… A criança da escola pública não pode ficar atrasada enquanto a criança da particular (com poder aquisitivo) se adianta nas séries. Parabenizo a atitude da REITORIA que estabeleceu as atividades remotas…

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