Um Projeto de Lei apresentado na Câmara Municipal pelo vereador e candidato a prefeito do Rio, Paulo Messina, quer incluir no calendário oficial da cidade, o aniversário do Andaraí, um dos mais tradicionais e antigos bairros da Zona Norte carioca.
Segundo a proposta, o objetivo é reconhecer o valor histórico e cultural do Andaraí para a cidade do Rio de Janeiro. A data seria escolhida entre os dias da terceira semana do mês de setembro.
Situado na região da Grande Tijuca, o bairro era parte da sesmaria do Iguaçu, entregue aos jesuítas em 1565 por Estácio de Sá. O território onde hoje fica situado o Andaraí, já foi chamado de Andarahy Grande e Andarahy Pequeno. A separação de regiões em 1873 deu origem aos bairros vizinhos de Vila Isabel e Grajau.
Segundo o historiador Fábio de Carvalho, o Andaraí começa a crescer, industrialmente falando, na segunda metade do século XIX, mas precisamente a partir de 1847, com a construção da Fábrica de São Pedro de Alcântara de Tecidos de Algodão. Com isso, a área ganha status de polo industrial da cidade, que foi sua marca registrada, pelo menos, até a década de 1970.
O bairro teve um dos primeiros e mais importantes parques industriais da cidade e do país. Com a construção das primeiras vilas operárias, ligadas às fábricas têxteis Confiança e Cruzeiro, além da Fábrica de Projéteis de Artilharia, que produziu material bélico para nosso exército entre as décadas de 1930 e 1970. Isso sem falar em outras gigantes do setor fabril que já tiveram sede no bairro como a Merck, indústria farmacêutica, e a Brahma, de bebidas.
Bairro do craque de futebol Don Don (aquele mesmo da música, “Do tempo que Don Don jogava no Andaraí“), do icônico Clube de Samba Renascença, e de tantas outras contribuições para a cultura e o desenvolvimento do Rio, nada mais justo que o Andaraí tenha seu nome celebrado no cronograma oficial de datas da cidade.