A histórica Villa Riso está sendo recuperada através de obras de reconstrução e de melhorias sob o comando da Bluemoon, líder em casa de festas. Os empresários Jota Neto, Kirk Barreto e Alexandre Figueiredo, responsáveis pela empresa, reconheceram o valor da propriedade e investiram para que o público continuasse com acesso. O espaço quase foi comprado pela PUC Rio em 2010. Também havia sido colocado à venda em 2014 por R$140 milhões e, novamente, a venda foi anunciada em julho de 2019. Eles arrendaram e agora fazem a gestão do local.
“Temos planos para aumentar as nossas atividades em 50% até o fim de 2020. O investimento previsto é de mais de um milhão de reais nos próximos meses. Na Villa Riso já somamos meio milhão de investimento nos últimos meses do ano”, afirma o CEO Jota Neto.
Localizada em São Conrado, a Villa Riso tem feito sucesso como casa de festas. Desde março, quando as medidas de distanciamento tiveram início, o local já foi reservado para 20 eventos, que serão realizados após o fim da pandemia.
Jota Neto reforçou ainda a importância histórica da Villa, falou sobre os desafios da nova gestão do local e sobre as mudanças que estão sendo realizadas na revitalização.
“A Villa Riso tem uma importância histórica muito significativa para a cidade do Rio, mas estava com sua imagem desgastada. O grande desafio dessa gestão será resgatar o seu prestígio. O trabalho que temos realizado tem como um dos objetivos modernizar o seu conceito sem tirar suas principais características. Tudo isso através da revitalização do espaço com uma reforma que foi desde a troca de toda a parte elétrica, a pintura, a pavimentação, o paisagismo e a construção de um deck de madeira com vista para a Pedra da Gávea. Também investimos em marketing e parcerias para oferecer uma experiência completa.”
Muitos lembram da icônica mansão da década de 80, quando a pianista, Cesarina Riso, filha de Osvaldo Riso, comendador italiano que comprou a propriedade em 1932, assumiu e o local passou a servir como espaço para festas. Mas a história começa há séculos, desde a chegada dos portugueses e as realizações de saraus, concertos e exposições.
Em meio a grande metrópole, um tranquilo jardim tropical, aos pés da floresta da tijuca, guarda segredos desde o período colonial. As palmeiras imperiais, plantadas pelo Imperador Pedro II, representavam cada visita cerimonial do imperador à propriedade.
A Villa tem outra relíquia histórica do tempo do Império. A biblioteca do local foi onde o então ministro da Justiça, Ferreira Vianna, redigiu a Lei Áurea, em 1888, que extinguiu a escravidão no Brasil com a assinatura da Princesa Isabel.
Além da realeza, ao longo de sua trajetória, a mansão atraiu personalidades da sociedade como políticos, músicos, clérigos, paisagistas e artistas. Frei Custódio, um dos fundadores do Jardim Botânico e o historiador João Capistrano Abreu foram visitantes frequentes. Foi lá que o famoso pintor José Bento de Araújo registrou a Pedra da Gávea na tela. Entre as visitas ilustres, também figuram Leonard Bernstein, Igor Stravinsky, Arturo Toscanini, Maria Callas e Franco Zeffirelli.
A histórica casa apresenta laços da nobreza, arte, música, personalidades brasileiras e beleza natural. Ao todo tem 6,4 hectares e traz todo o glamour inicial da colônia portuguesa no Rio de Janeiro. É como voltar no tempo e estar dentro dos livros de história do Brasil. A riqueza arquitetônica e a decoração dos tempos de Brasil Colônia foram mantidos. A fachada da residência e a capela interna continuam as mesmas do império.
Originalmente, a propriedade era uma fazenda de cana-de-açúcar que se estendia até a Barra da Tijuca e produzia açúcar mascavo e, eventualmente, aguardente. Além disso, foi um dos primeiros edifícios do bairro de São Conrado construídos na Cidade Maravilhosa.
Nos próximos meses, principalmente pós pandemia, a nova rodada de investimentos de infraestrutura será iniciada. O plano é revitalizar todo o processo gastronômico com os maquinários mais modernos que existem como nos melhores restaurantes do mundo.
“Nossa cozinha, que lembra as grandes dos castelos franceses, dividido em praças, irá receber tecnologia de ponta para que o nosso buffet próprio, comandado pelo premiado chef Ignácio Peixoto”, conta Jota.
Além da gastronomia, irão reestruturar o lindo paisagismo na parte externa, que conta com vasta área de Mata Atlântica virgem, desde o caminho entrada que recebe o público. As pessoas poderão desfrutar de um momento único e encantador com a visita.
“O terreno já é maravilhoso e viajamos em imaginar os movimentos da época do império. Mas vamos deixar ainda mais impactante e novos serviços serão oferecidos. Achamos importante dividir a magnitude da histórica casa , que faz parte da cultura do país, com o maior número de pessoas”, finaliza o CEO.
