A Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) apresenta um levantamento do setor supermercadista do Rio de Janeiro com análise de indicadores como volume de vendas, contratações, tecnologia, perfil de consumo e produtos mais consumidos do ano de 2020 (janeiro – outubro). A pesquisa traz ainda a expectativa para o Natal e festas de fim de ano, e uma projeção para 2021.
Vendas
No acumulado de 2020, entre janeiro e outubro, comparado ao mesmo período de 2019, as vendas no setor supermercadista do Rio tiveram crescimento de 3,98%. O número se deve ao período da quarentena, já que nas primeiras semanas, ocorreu uma corrida da população às lojas.
Segundo o Presidente da ASSERJ, Fábio Queiróz, a insegurança das pessoas durou apenas as primeiras semanas, já nos meses seguintes houve uma queda e estabilização nas vendas.
“Desde o início nossa maior preocupação foi manter um canal ativo com a população para abastecermos todos de informações diárias, sobre o panorama dos supermercados do Rio, a fim de não haver pânico e correria. Fizemos este trabalho arduamente nas primeiras semanas do isolamento e hoje vemos que isso foi fundamental para manter as pessoas tranquilas“, revela.
Contratações
O setor supermercadista foi um dos que contratou bastante durante 2020, seja para vagas fixas, temporárias ou novas posições, totalizando mais de 3.800 oportunidades de emprego no Estado, desde o início da pandemia.
Rumo às tecnologias
No levantamento, junto aos supermercados associados, a necessidade de busca por inovações tecnológicas ficou evidente durante este ano. Cerca de 75% das redes implementou algum tipo de tecnologia em 2020. Entre as digitalizações se destacaram aplicativos, ecommerce e delivery, além das ferramentas mais técnicas de CRM, servidores e segurança. No acumulado de abril a agosto, houve crescimento de 47,86% nos pedidos de delivery. Já as solicitações feitas pelo e-commerce aumentaram em 49,86%.
Para o presidente da ASSERJ, novas formas de compra despontaram e devem permanecer para além da quarentena. “Tecnologias como carteiras digitais, delivery, e-commerce e agora o Pix, já estavam chegando nos supermercados do Brasil, mas a pandemia acelerou esse processo, e uma vez que o consumidor experimentou essa comodidade, não voltará para o estágio anterior“, garante Fábio Queiróz.
É o que confirma também a visão e expectativa dos supermercadistas. De acordo com a pesquisa, 59% das redes pretende investir em alguma tecnologia no próximo ano. Entre as mais visadas estão o Self Checkout e Big Data.
Hábitos de consumo
O consumo foi o mais afetado ao logo dos meses de 2020 por conta da pandemia. Diversos itens dispararam na lista de compras, no comparativo a 2019, os produtos de limpeza figuram no topo da lista.
Em primeiro lugar está o álcool gel, que nunca antes foi tão procurado mundialmente, tendo suas vendas aumentado em 500% nos supermercados do Rio de Janeiro. O álcool líquido 70% também esteve no topo da lista de compras com crescimento de 125% nas vendas. Seguindo os novos padrões de higiene, com 300% de crescimento da procura está o desinfetante antibactericida. Em seguida, ficaram o sabão em pó com aumento de 190%, limpadores domésticos que cresceram em 100% e água sanitária com 58%.
O levantamento da ASSERJ revela ainda um dado curioso: as vendas de papel higiênico disparam quase 50% em 2020. Item surpreendente que provocou algumas corridas desesperadas nas lojas no início da pandemia.
“Vimos ao longo do ano a explosão nas compras dos itens de limpeza, e isso com certeza continuará, claro com as devidas proporções. Mas a busca por higiene será um legado da pandemia para os próximos anos“, comenta o presidente da Associação.
Doces
As vendas de doces e guloseimas também foram destaque no levantamento em 2020. De acordo com a pesquisa da ASSERJ, somente itens de bomboniere (balas e chocolates) cresceram 55% seguidos pelos biscoitos, com 48% a mais que 2019.
Segundo Fábio Queiróz, uma das razões é o maior tempo que as pessoas passaram em casa, que sem uma rotina regulada acabaram buscando prazer nos alimentos doces para aliviar a ansiedade. “O açúcar é um dos alimentos que pode trazer esse conforto e deixar o momento mais agradável”.
Happy Hour em casa
Um outro efeito da quarentena, é o aumento da procura pelas bebidas alcoólicas. Os supermercados viram isso na prática percebendo um disparo pela procura de cervejas, vinhos e destilados, e aumentaram em 38% as vendas durante janeiro e outubro no comparativo com o ano anterior.
Fim de ano
O setor supermercadista do Rio espera um aumento de 5% nas vendas para o Natal e Ano Novo de 2020, se comparado ao ano passado. A expectativa é que se destaque a busca por aves natalinas em 40%, pão de rabanada deve crescer 30%, seguido pelo tender com 20%. O azeite, apesar de muitos serem importados, é esperado um aumento de 17%. Panetones provavelmente irão crescer em 15%, as frutas em geral, 14% e o bacalhau em 9,40%.
Já quando o assunto é bebida, gins e outros destilados saem na frente com uma expectativa de vendas de 45%, seguido pelos vinhos com 36%, com destaque para os tipos nacionais que tenderão a ter sua busca incrementada em 15%.
“Será uma ceia diferente porque as famílias vão usar o alimento para compensar o ano difícil. Vão reduzir quantidades para não abrir mão do que desejam. Com o dólar alto, produtos nacionais e de mercados mais próximos ganham protagonismo. Terão menos vinhos da Europa e mais do Brasil e da América do Sul. O consumidor faz essa troca“, diz Fábio Queiroz.
Vagas temporárias
A expectativa de contratações temporárias do setor do Rio para o fim de ano é mais que positiva. Estima-se cerca de 4% de novas oportunidades, isso resulta em até 8 mil vagas entre Natal e Ano Novo.
Expectativas para 2021
A ASSERJ aposta no crescimento do setor no Rio de Janeiro em 2021. A previsão da Associação para o próximo ano é de 4,5% de aumento nas vendas em relação à 2020.
Sobre a expansão das redes, em pesquisa realizada com os supermercados associados, já está confirmada a abertura de cerca de 30 novas lojas para 2021 no Rio de Janeiro.