Em entrevista ao jornalista Sidney Rezende, do jornal ”O Dia”, o médico sanitarista e secretário municipal de Saúde do município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz falou sobre o agravamento da crise sanitária no Rio por conta da pandemia de COVID-19 e sobre as providências que o poder público municipal vem tomando para tentar controlar a disseminação da doença entre os cariocas.
Daniel Soranz destacou que a cidade do Rio de Janeiro seguirá o Programa Nacional de Imunização e receberá as vacinas de todos os laboratórios, desde que aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacinação, que deve ter início ainda em janeiro, será feita em 450 locais da cidade distribuídos por clínicas de família e centros municipais de saúde, escolas associações de moradores, sistema drive-thru, entre outros, de forma que a população tenha um amplo acesso ao serviço, que contará com o envolvimento de 10 mil e 500 profissionais da área.
A primeira etapa da vacinação, de acordo com o secretário municipal de Saúde, contemplará as pessoas que fazem parte do grupos de risco listados no Programa de imunização do governo federal, como trabalhadores de saúde, pessoas com 75 anos ou mais, idosos a partir de 60 anos asilados, idosos entre 60 e 74 anos, pessoas com comorbidades, e trabalhadores de outros serviços essenciais. A Prefeitura espera aplicar 5,7 milhões de doses do imunizante (primeira dose e depois reforço), nos grupos mais vulneráveis da cidade.
Daniel Soranz destacou ainda que o governo do Estado e a Prefeitura do Rio têm trabalhado de forma alinhada em todas as frentes de combate à covid-19. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) comprou 8 milhões de seringas agulhadas e está em processo de compra de outras 8 milhões. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por sua vez, também está fazendo compras desses insumos para atender às vacinação contra a covid-19 e outras demandas do programa regular de imunização.
O alinhamento entre a Prefeitura e o Governo do Rio também tem como foco a regulação da fila única de leitos para a covid-19 na rede SUS. Soranz disse ao jornalista de “ODIA”, que os dois poderes têm trabalhado para que o processo de regulação funcione como deveria, com todos os leitos de todos os entes sendo disponibilizados e todos os pacientes inseridos na mesma plataforma, respeitando-se, a classificação de risco dos pacientes.
As Prefeitura também está trabalhando na frente de detecção antecipada de novos casos da doença e já possui em estoque testes para serem feitos a partir da semana que vem. Segundo o secretário, o novo teste é muito confiável, o resultado sai em questão de minutos na unidade de atenção primária (clínica da família e centro municipal de saúde). A população contará com canais para o agendamento do teste, o Canal 1746, o que também poderá ser feito pelo aplicativo covid-19, que estará disponível nas lojas de aplicativos.
O secretário da SMS reafirmou a disposição da Prefeitura na abertura de novos leitos contra a covid-19. Eduardo Paes já havia anunciado a abertura de 343 leitos na cidade do Rio. Cento e cinquenta leitos já foram disponibilizados na cidade, sendo 130 no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla e 20 no Hospital Municipal Souza Aguiar. No Souza Aguiar serão abertos outros 10 leitos; no Salgado Filho, 23; e 60, no Clementino Fraga Filho, além de 150 contratados na rede privada. Também serão contatados profissionais para que os demais leitos previstos sejam abertos progressivamente.
Foi enfatizado na entrevista que a parceria entre o Estado e o Município do Rio promovem ainda outras ações de atendimento eficiente à população do Rio, como a ativação do Centro de Operações de Emergências em Saúde – COE COVID-19 RIO, que atua em parceria com o Comitê Especial de Enfrentamento da COVID-19 – CEEC, composto por especialistas dos governos federal, estadual e municipal.
