Magali Leal Ferreira, nasceu na capital paulista, mas logo cedo foi para o Rio de Janeiro, onde cresceu e conquistou sua carioquice nata. Atualmente ela reside no Recreio dos Bandeirantes e em função de vivências familiares acabou por dar uma guinada em sua vida profissional, atrelada a sua vida pessoal.
Com formação superior em Publicidade e Propaganda, Magali Leal, em 20 anos de atuação corporativa, diversificou sua carreira passando por diversas áreas desde a indústria farmacêutica, o mercado imobiliário e de alimentação, até chegar ao desenvolvimento de sua veia como microempreendedora, com foco em um perfil que cada vez mais exige atenção e só tende a aumentar: o de idosos, ou mais conhecido agora como mercado grisalho.
A percepção de Magali Leal foi gerada sentindo na própria pele a dificuldade de encontrar serviços carinhosos, dedicados e especializados para atender seus familiares.
“Tive meu pai com Parkinson por 18 anos e na época nem se falava em ” Cuidadores de Idosos” , era Home Care, e geralmente usado numa fase mais terminal do idoso. Nessa época já observava como era importante esse trabalho e como deu conforto e serenidade para meu pai e a toda nossa família, que já não conseguia cuidar dele sem uma ajuda profissional. A vida fica de cabeça pra baixo com uma doença tão dilacerante. Quando minha mãe se tornou uma idosa acamada e diagnosticada com Alzheimer, além de não termos condições de manter um serviço de cuidadores diários, eu comecei a observar uma discrepância muito grande na qualidade do serviço e valores.”, declara Magali Leal.
Dessa forma, ela não titubeou em reunir suas próprias carências e as soluções encontradas e decidiu oferecer um atendimento personalizado e mais humanizado, com orçamento adequado e treinamento dirigido aos cuidadores conforme a demanda dos casos, surgindo assim, a Carisma Care Cuidadores, que tem como prioridade os idosos, mas também tem um nicho para atendimento a pós-operatório e babás. A gente espera não precisar, mas é bom termos esse contato no Instagram: @carismacare
Magali Leal busca também ganhar cada vez mais visibilidade para o tema do envelhecimento, já que o mesmo ainda é negligenciado não só pela sociedade, mas, também pelos núcleos familiares, quando se deparam com necessidades próprias em determinadas faixas etárias.
A própria cidade, segundo a ótica e expertise de Magali Leal não está preparada. Falta muita acessibilidade, principalmente em questões mais elementares como: ruas e calçadas esburacadas e desniveladas, que possibilitam quedas e acidentes mais frequentes. Sem falar que a legislação focada nos que já atingiram a batizada terceira e quarta idade, esta acima dos 80 anos, ainda é pouco conhecida e até mesmo respeitada.
E falando especificamente de doenças como o Alzheimer, que acomete sua mãe, Magali Leal, chama a atenção que há ainda poucas informações circulando, que retratem o verdadeiro panorama que a envolve.
“As pessoas romantizam essa doença e acham que é um probleminha de memória. Na verdade, a memória é o sintoma que menos incomoda! São muitas questões seríssimas, como a agressividade e a degeneração rápida do organismo que a torna uma doença instável e difícil de tratar.”, esclarece Magali Leal.
Por isso mesmo ela acredita que é preciso estimular campanhas de conscientização das pessoas e familiares, justamente para emanar mais união da própria família, já que geralmente um idoso com Alzheimer fica a cargo de um só filho ou parente, geralmente ainda centrada na figura das mulheres, o que acaba por acumular muito cansaço e desgaste emocional e se existisse uma maior cumplicidade, a divisão das tarefas, mesmo com cuidadores, seria mais benéfica para todos.
Porém, há um fato que Magali Leal enaltece, a amizade é um apoio fundamental e torna-se um alicerce muito vigoroso e empático para quem está nesse ritmo de vida ao cuidar de um idoso acamado ou doente. Ela chama a atenção para essa vertente de fraternidade e compaixão, presentes não só com as figuras amigas e leais, mas, também com vizinhos, sempre próximos e solícitos.
Esse fato é uma demonstração clara que é preciso sempre construir laços positivos e amáveis com outras pessoas, já que somos seres sociáveis e que, somente ao lado dos seus semelhantes conseguimos ter experiências muito mais frutíferas, edificantes e sobretudo acolhedoras.
E não podemos de forma alguma esquecer, que os cabelos grisalhos de hoje, representaram o vigor e altivez de ontem, que foram os que nos deram as mãos quando as nossas próprias eram minúsculas e que precisavam de apoio para se firmarem. E conforme o ciclo da vida, a reciprocidade, de alguma forma, torna-se inevitável, não só compulsoriamente, mas também amorosamente e agradecidamente.