Mais de 50 grupos sociais da Rocinha e de regiões próximas, como a Praia de São Conrado, se uniram para pressionar o governo estadual a continuar com o Programa Comunidade Cidade, que tem como objetivo trazer  saneamento básico, coleta de resíduos, habitação social e urbanização à favela. O Programa, lançado no governo de Wilson Witzel (PSC), está perto de concluir a primeira etapa, mas pode parar depois disso.

“A Fase 1, que são as obras do Reservatório do Navio, estão quase prontas, mas para a Fase 2, a licitação foi suspensa e isso faz o projeto ficar parado”, informa Raphael Nigri diretor da AMA de São Conrado.

Ao todo são mais 30 mil pessoas envolvidas na causa. Através de abaixo-assinado (neste link), colocação de faixas, conscientização geral, a ideia é não deixar o Comunidade Cidade encerrar as atividades e causar uma nova frustração aos moradores da Rocinha, que já sentiram isso com promessas de investimentos através de programas como o PAC 1 e 2.

Ao todo, seriam investidos R$ 2 bilhões nas obras do Comunidade Cidade da Rocinha. Desse montante, R$ 1 bilhão seria pago pelo Governo do Estado, através de secretarias e o outro bi viria da CEDAE,  através de uma sentença do STF – Superior Tribunal Federal – que determinou que a quantia fosse investida em saneamento básico.

Segundo as lideranças dos grupos que lutam pela permanência do Programa, muitos estudos já foram feitos para que o programa seja posto em prática. Eles temem que toda essa organização seja simplesmente esquecida.

Ainda de acordo com as lideranças, os impactos positivos desse investimento são para toda a Cidade. Atualmente, a Rocinha produz cerca de 120 toneladas por dia de lixo, que se soma com o despejo de esgoto in natura diretamente para o meio ambiente, além de um histórico de más condições habitacionais, falta de água, esgoto à céu aberto e ausência de investimento público.

“É uma luta de todos, porque são melhorias para todos, da Rocinha e das redondezas”, disse Nigri.

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