Desde a última semana de março, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já está produzindo, em duas linhas de produção, 900 mil doses por dia de vacina contra a Covid-19. A Fiocruz prevê a entrega de 18,4 milhões de doses até 2 de maio.
Com essa entrega prevista somada às 8,1 milhões de doses já entregues até o dia 2 de abril ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde (4 milhões de doses importadas da Índia e 4,1 milhões produzidas internamente), a instituição alcançará a marca de 26,5 milhões de vacinas entregues.
Neste momento, a produção semanal já alcança entre 5 e 6 milhões de doses. O processo de escalonamento da produção prossegue e o próximo passo é a entrada do segundo turno de trabalho, que permitirá a produção de até 1,2 milhão de doses diárias. Todas as entregas ao PNI, no entanto, são feitas após processo de controle de qualidade, um procedimento que dura cerca de 20 dias e que é necessário para garantir a oferta à população de um produto seguro e eficaz.
A produção de vacinas em Bio-Manguinhos/Fiocruz segue rígidos protocolos de controle de qualidade estabelecidos internacionalmente, o que pode acarretar em mudanças nas previsões de entregas no cronograma semanal que a Fundação tem divulgado. Nesta semana (05 a 10/04), por exemplo, o cronograma original previa a entrega de 3,2 milhões de doses, mas Bio-Manguinhos/Fiocruz entregará 2 milhões. As doses que deixarão de ser entregues estão em análise e deverão ser encaminhadas ao PNI nas próximas semanas.
A transferência de tecnologia (que permitirá a autonomia nacional na produção da vacina) prossegue com as trocas de informações entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e a AstraZeneca. As instalações da Fiocruz receberão a visita da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de abril para que a área local de produção de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) receba o certificado técnico Operacional da agência reguladora.
O recebimento de remessas de IFA importado segue normalmente. Não há qualquer indicação de possível atraso no fornecimento de IFA por conta do avanço da vacinação na China.