O governador afastado Wilson Witzel (PSC) foi interrogado na tarde desta terça-feira (07/04) pelo Tribunal Especial Misto (TEM). De acordo com informações publicadas pelo portal G1, Witzel chegou a chorar e acusou o ex-secretário de saúde Edmar Santos. O interrogatório começou por volta das 17:00 h.
Antes de começar o interrogatório, Witzel pediu para fazer uma explanação sobre as acusações do processo e afirmou ser crueldade o que está sendo feito com ele e sua família.
“É muito cruel o que estão fazendo com a minha esposa. Mas eu decidi deixar a magistratura por um ideal, pra que eu pudesse ajudar o povo do Rio de Janeiro. Por uma mudança. Por um futuro melhor. E eu prometi que a saúde do RJ ia ser uma saúde exemplar. Mas infelizmente, o secretário que escolhi… Nós procuramos escolher alguém na Saúde que fosse qualificado, que conhecesse o RJ. O Edmar tinha recebido a Medalha Tiradentes. A Casa o considerava uma pessoa proba”, afirmou o governador afastado.
Em sua fala, o Witzel disse que o ex-secretário de saúde não tinha condições de manter o padrão de vida com seus rendimentos e o acusou de receber propina nos serviços prestados no Hospital Pedro Ernesto (HUPE).
“O dr. Edmar não tinha sinais de riqueza. Professor da Uerj, doutor. Nada indicava que o dr. Edmar tinha no colchão da casa dele oito milhões de reais. De onde veio esse dinheiro?”, falou Witzel.
Além da acusação à Edmar Santos, o governador afastado também acusou Edson Torres de ser o patrão de Edmar Santos. Witizel ainda afirmou que não tinha como saber que o mesmo integrava um grupo criminoso.
Wilson também tentou, mais uma vez, adiar o seu depoimento. Desta vez, o governador afastado alegou falta de dinheiro para se defender no processo. Mas o Tribunal Misto negou o pedido e manteve o interrogatório.
O governador afastado revogou o mandato dos seus advogados, alegando discordar da condução do processo e pediu para apresentar uma nova defesa no prazo de 20 dias. No entanto, ao ser votado pelo colegiado do tribunal, a determinação do órgão foi pela manutenção da sessão com sugestão de um novo nome para a defesa.
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Henrique Figueira, sugeriu que a defesa fosse realizada pelo Defensor Público Geral do Rio. No entanto, ao analisar o processo, encontrou uma procuração com outros advogados de Witzel, que não foram destituídos da ação. Com isso, os advogados Bruno Mattos Albernaz de Medeiros e Éric de Sá Trotte seguem na ação em defesa de Wtizel.
A sessão do Tribunal Misto de impeachment desta quarta-feira é a última etapa antes da conclusão do processo. Após os depoimentos, haverá a fase em que tanto a defesa como acusação fazem apresentação suas alegações finais, que é momento em que as partes fazem as suas conclusões finais sobre o processo, antes da decisão final. Posteriormente, os membros do Tribunal Especial Misto, formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais, irão dar seus respectivos votos.