Pesquisadores da UFRJ podem interromper projeto de pesquisa da vacina contra a covid-19

A instituição possui cerca de R$ 299 milhões reservados para 2021, mas R$ 152,2 milhões ainda não foram repassados

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Imagem meramente ilustrativa - Foto: Reprodução

Diante dos cortes no orçamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisas e estudos sobre a covid-19 podem ser interrompidos. Entre os projetos há o Covidímetro, o projeto de coleta de dados da doença, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) e a produção de nova vacina contra a Covid-19.

A professora Leda Castilho, coordenadora do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe/UFRJ, explica que a pesquisa pode acabar sendo inviabilizada. Os pesquisadores estão finalizando os testes em animais e pretendem, no segundo semestre, começar os testes em humanos, caso haja verba suficiente.

A possível vacina desenvolvida pela UFRJ pode ser o primeiro imunizante contra a covid-19 totalmente nacional. Em entrevista ao jornal O Dia, a professora Leda Castilho afirmou só ter verba para custear o básico como luz, água e contrato de limpeza.

“A universidade só tem dinheiro para o básico, luz, água, contrato de segurança e limpeza. As aulas vão continuar porque estão no modo virtual. Mas a UFRJ é muito mais do que só aulas. A UFRJ tem mais de 1,4 mil centros de pesquisas e mais de 9 hospitais. O nosso projeto é muito importante para o país, o nosso é um dos mais avançados, com a possibilidade de perspectiva que o Brasil tenha uma vacina totalmente nacional”, disse Leda Castilho.

O Covidímetro, desenvolvido pelo professor Cláudio Micelli, do Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE) e do Programa de Engenharia de Computação do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe), em parceria com os professores Guilherme Travassos e Roberto Medronho calcula o fator R da covid-19. Com estes dados é realizado o cálculo de propagação do vírus no país.

Além destes projetos, também está sendo desenvolvido pela universidade o um software de apoio ao agente comunitário da Saúde na coleta de dados da doença e acompanhamento de pessoas com comorbidades ao longo do tempo. Esse projeto está sendo idealizado em conjunto com a Subsecretaria de Promoção da Saúde, Atenção Primária e Vigilância de Saúde (Subpav) da Prefeitura do Rio.

Eduardo Raupp, Pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças da UFRJ, explicou que aporte necessário para pagar as contas da instituição seria de R$ 330 milhões por ano. A instituição possui cerca de R$ 299 milhões foram reservados para 2021, mas R$ 152,2 milhões ainda não foram repassados para a Universidade por depender de suplementação no Congresso Nacional. Além disso, R$ 41,1 milhões foram bloqueados pelo Governo Federal.

Até o momento, de toda a verba que deveria ser destinada à UFRJ, apenas R$ 146,9 milhões foram liberados. Hoje, há apenas R$ 81,7 milhões em caixa, que permite o funcionamento até três meses.

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Costa do mar, do Rio, Carioca, da Zona Sul à Oeste, litorânea e pisciana. Como peixe nos meandros da cidade, circulante, aspirante à justiça - advogada, engajada, jornalista aspirante. Do tantã das avenidas, dos blocos de carnaval à força de transformação da política acreditando na informação como salvaguarda de um novo tempo: sonhadora ansiosa por fazer-valer!

2 COMENTÁRIOS

  1. Pois é, como o orçamento da universidade é cada vez mais usado para pagar salários, falta mesmo pra quaisquer outras coisas. Ao invés da reforma administrativa pra reduzir o contingente e gestão de ativos para reduzir os custos… chantageia-se a sociedade dizendo que é a pesquisa de COVID-19 que está “sobrando” de fora do orçamento!!

    Um bom futuro pro orçamento público brasileiro: menos gastos em custeio, maiores gastos em investimentos. Do jeito que tá não dá.

  2. Mesmo com todos os embargos econômicos terroristas que EUA fazem, Cuba inicia sua vacinação com cinco vacinas (ainda em teste, ok) mas é vacina… Eu disse cinco. São cinco.
    Isso é que é investir em pesquisa…
    Ô Bolsonaro
    Ô Bolsonaro
    Aprendeu???
    Me mandem pra Cuba!!!

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