O vereador Rogério Amorim (PSL) apresentou um Projeto de Lei na Câmara dos Vereadores que prevê o distanciamento mínimo de um metro entre mesas e cadeiras na rede particular e municipal de ensino do Rio enquanto durar a pandemia da Covid-19.
A proposta confronta o protocolo sanitário expedido pela Secretaria Municipal de Educação, para o retorno as aulas, que determina o espaçamento de um metro e meio entre as mesas e cadeiras dos alunos, com a referência de um metro determinada no plano do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A medida se baseia no recente estudo divulgado pela Fiocruz, que aponta maior probabilidade de crianças serem infectadas por adultos do que transmitirem a Covid-19, dado, que segundo o vereador, é muito relevante na construção de novas estratégias e protocolos, principalmente quanto à organização das salas de aulas.
O texto do projeto cita a capacidade de acomodação do espaço, destacando que quanto maior o distanciamento mínimo entre as mesas e cadeiras, menos crianças poderão voltar à rotina, dispensando a implantação de rodízios e outros instrumentos que acabam por prejudicar o retorno presencial às atividades escolares.
“Conhecendo a realidade do Rio de Janeiro, o local mais seguro para essas crianças é na escola. A realidade dessas crianças é ficar em aglomerados, normalmente sob a vigilância de uma avó, que é uma pessoa vulnerável dentro dessas comunidades, ou elas ficavam soltas, uma criança de 12 tomando conta de uma de 8, ou uma de 8 tomando conta de uma 6 e o pai e a mãe tendo que trabalhar. E os estudos já vinham sinalizando que a escola é local menos contagiante da doença“, afirma o vereador, que completa
“As crianças nas escolas, com os diretores e inspetores, estão em um ambiente muito mais bem supervisionado que as próprias comunidades e esses aglomerados. As crianças tem uma condição maior de serem educadas para lavar a mão, para usar a máscara, para manter a higiene do que na rua ou na comunidade“, destacou.
Amorim também salientou a histórica defasagem entre o ensino público e o privado, que vem se agravando durante o isolamento, para defender a proposta.
“Com o ensino remoto e a pandemia, essa distância se tronou ainda maior. A criança de escola pública, muitas vezes, não tem acesso a internet, ou quando tem acesso, mora em um cômodo com quatro, cinco, seis pessoas e não tem a concentração necessária, ou quando tem espaço e internet, não tem quem a supervisione. Eu tenho medo do que isso vai gerar no futuro“, concluiu.