A balança comercial do estado do Rio registrou saldo positivo de US$ 1,6 bilhão entre janeiro e março de 2021, ante o mesmo período de 2020, reflexo das exportações, que somaram US$ 6,2 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 4,6 bilhões. É o que informa o Rio Exporta, boletim de comércio exterior da Firjan Internacional. Com a corrente de comércio fluminense em US$ 10,8 bilhões no período, o Rio se manteve como o segundo player entre os estados com maior fluxo internacional no país, atrás apenas de São Paulo.
Os dados do boletim apresentam os efeitos da crise causada pela pandemia, mas há alguns sinais de melhoria. Um exemplo é o aumento de 45% nas vendas externas de semimanufaturados. Os principais itens embarcados foram produtos semimanufaturados de ferro ou aço, com crescimento de 46%; e torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes, com alta de 190%.
“A desvalorização cambial momentânea favorece as exportações em geral. Além disso, a retomada de alguns mercados, principalmente na Ásia, aqueceu ligeiramente nossas vendas externas no período”, analisa Giorgio Luigi Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
A indústria de petróleo e gás natural foi responsável por 76% das vendas fluminenses para o exterior, totalizando US$ 4,7 bilhões. Houve aumento de 7% nos embarques de óleos brutos de petróleo para a China (US$ 3 bilhões), mantendo o país asiático como nosso principal parceiro comercial. Em relação às importações, a Arábia Saudita foi a única fornecedora do produto para o estado do Rio (US$ 192 milhões), com queda de 40%.
Exportação de óleo para EUA e Argentina
Se considerarmos as exportações exclusive petróleo, 44% foram destinadas aos EUA, apesar de ter havido uma contração de 12% no primeiro trimestre. O boletim aponta alta de 38% nos embarques do Rio para Argentina, após uma queda expressiva durante a pandemia. Historicamente, a Argentina tem peso relevante para as vendas da indústria fluminense de manufaturados, com foco no setor automotivo.
As importações, de modo geral, sofreram recuo de 39% na comparação entre os períodos. Já as compras de vacinas contribuíram para alta de 8% do conjunto de produtos utilizados no combate aos efeitos da Covid-19, que estão contemplados com redução temporária das alíquotas do Imposto de Importação (acessórios, maquinários hospitalares e outros), uma vez que a aquisição dos imunizantes subiu 112% (US$ 78 milhões). Nas importações exclusive petróleo, houve queda de 39% no trimestre, embora as encomendas do Mercosul tenham subido 48%.