Os dados da pesquisa “Desafios do acesso à creche no Brasil: subsídios para o debate”, realizada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, apontam que o Rio de Janeiro é o terceiro estado brasileiro com maior capacidade ociosa absoluta nas creches.
O valor foi calculado através da multiplicação do número de salas não utilizadas e o número médio de crianças por turma. Com isso, as creches fluminenses teriam capacidade de atender mais 18.544 crianças. Os únicos estados com uma capacidade ociosa maior que do RJ são Minas Gerais e Paraná. Os dados foram analisados pelo Instituto Rio 21.
A pesquisa também indica que 12,9% da demanda potencial por creches dos cariocas poderia ser atendida pela capacidade ociosa.
Por sua vez, a taxa de atendimento do Rio de Janeiro está um pouco acima da média brasileira. Enquanto o Brasil apresenta uma taxa de 32,3%, a proporção de crianças de 0 a 3 anos e 11 meses matriculadas em creches no Rio de Janeiro é de 35,1%, uma diferença de quase 3 pontos percentuais.
Segundo a pesquisa, mais da metade das creches do Rio são particulares. Apenas 36% são públicas. Os outros 12% estão distribuídos entre creches conveniadas e sem fins lucrativos. Esses valores estão bastante distantes da média brasileira. Em contraste, 53% das creches do Brasil são públicas, 10% conveniadas, 33% privadas e 4% sem fins lucrativos.
Ao analisar a capacidade ociosa das creches públicas e conveniadas, notou-se que em média a ociosidade é um problema mais frequente em creches públicas. No Rio de Janeiro, 57% da capacidade ociosa do Estado provém de creches públicas, enquanto as creches conveniadas são responsáveis por 43% da ociosidade.
Estou achando esse dado estranho, pois não foi comparado com o número de crianças que precisam de creche no Município do Rio de Janeiro. Sobretudo, quantas crianças no Município estão nessa faixa etária? Será que a pandemia dificulta fazer essa correlação?