Acredito que a grande maioria da população hoje em dia já ouviu dizer sobre a importância de priorizar o consumo de alimentos orgânicos. Só não sei até que ponto as pessoas entendem bem o por quê dessa escolha.
Voltando um pouco no tempo para contextualizar a questão – nossa alimentação deixou de ser orgânica recentemente na história da humanidade. Nossos avós e bisavós tinham uma alimentação praticamente toda orgânica. Com a era do capitalismo, da industrialização, com o desenvolvimento da agricultura e das grandes indústrias alimentícias, nosso estilo alimentar sofreu um impacto gigantesco.
Alimentos que antigamente eram cultivados da forma mais natural possível, de acordo com os ciclos da natureza; eram plantações de hortaliças para consumo próprio, a mangueira no quintal de casa, os legumes do sítio, aquele entregador de leite fresco pela manhã, os ovos da galinha do vizinho e o frango caipira da fazenda, já não fazem mais parte do nosso cardápio.
Nós sabíamos de onde vinham os alimentos até chegar à nossa mesa. Hoje já não é mais assim. Compramos os alimentos em grandes supermercados, não sabemos a procedência, a forma de plantio, e muito menos o que foi utilizado no solo para que os vegetais fiquem tão grandes, brilhantes, resistentes por mais tempo para suportar o transporte, que na maior parte das vezes é distante de onde você mora.
As frutas não tem o mesmo sabor, o leite agora é longa vida, o boi não pasta mais e a galinha come ração. O peixe é de cativeiro e a soja é transgênica. Será que deu tempo do nosso corpo assimilar tanta informação diferente para o seu sistema genético e bioquímico? Acredito que não!
O corpo está sofrendo as consequências de tantas modificações da nossa maneira de que alimentar. Por exemplo, os defensivos agrícolas, afetam o funcionamento dos hormônios e alteram a microbiota intestinal, aumentando o risco de aparecimento de doenças como o câncer e doenças autoimunes. Não sabemos ao certo o nível de tolerância do organismo a essas toxinas, só sei que esses produtos químicos deveriam ser chamados de ofensivos humanos.
Já ouvi pessoas dizerem que não comem frutas e verduras com frequência porque os convencionais tem muito veneno e os orgânicos são caros demais. Pois é, e o resto dos alimentos que você ingere? Carnes, ovos, leite, cereais, leguminosas, café, produtos industrializados, etc.. Se formos pensar assim, não comeremos mais nada. Vamos viver de ar e água, que por sinal, também está poluída nas grandes cidades. Tudo hoje em dia tem “veneno”. Bem vindo ao mundo moderno e globalizado!
Alimentação orgânica não é só priorizar os alimentos sem pesticidas (defensivos agrícolas), é mais do que isso. É um movimento de se aproximar da origem do alimento que você leva para casa. Comer comida local, de um produtor menor ou mais próximo da sua residência, alimentos da estação que são mais frescos e mais baratos, diversificar a qualidade da alimentação. É uma questão de preservação do meio ambiente e de não ser conivente com o excesso de substâncias químicas que colocam nos alimentos que comemos. A sua saúde é diretamente afetada por todos esses cuidados.
A melhor decisão é comer sim frutas e verduras, mesmo que seja a versão não orgânica. Por mais que haja perda nutricional nesse tipo de cultivo, frutas, verduras e legumes devem ser a base da dieta humana. Fazer uma alimentação exclusivamente orgânica nos dias de hoje é inviável e praticamente impossível, tanto em questões financeira, quanto de logística.
Se puder priorizar alguns alimentos orgânicos, aconselho:
Os folhosos que são baratos e acessíveis.
Vegetais como cenoura, pepino e pimentão.
Frutas como uva, morango e tomate.
Se puder ir além: ovos e carnes.