Documentário “Complexos” retrata a vivência de artistas nascidos em favelas do Rio

O filme é uma parceria entre a Aliança Midiativista Anti-Racista (ARMA Alliance, Finlândia) e a Cafuné na Laje (Rio de Janeiro)

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Documentário "Complexos" - Imagem: Divulgação.

O filme “Complexos”, produzido pelo coletivo audiovisual Cafuné na Laje, do Rio de Janeiro, e pela iniciativa Aliança Midiativista Anti-Racista, ARMA Alliance, da Finlândia, tendo como partida a pesquisa de doutorado de Leonardo Custódio sobre midiativismo nas favelas, estreou nesta quinta-feira, 29/07, na plataforma de streaming independente Bombozila.

Em 26 minutos, o documentário aborda vivências de artistas e realizadores que enfrentam diversos desafios para dar vida a trabalhos que se propõe a disputar as narrativas e construções de representação sobre as favelas do Rio, lugares onde nasceram, cresceram e são moradores até hoje. 

Para o pesquisador Leonardo Custódio, “O midiativismo, como as pessoas falam no cotidiano, está dentro daquilo que a gente considera um exemplo de comunicação popular. A comunicação popular é o uso dos meios disponíveis por pessoas que habitam, por exemplo nas periferias e favelas,  para se comunicar um com o outro e para se comunicar com a sociedade. A construção de narrativas feita por moradores de favelas e periferias está dentro dessa ideia, de que o que é dito sobre nós não condiz com a nossa realidade, complicada, complexa, cheia de nuances e a gente precisa contar outras coisas que nos definem e uma forma de apoiar essas narrativas é assistir, acessar, compartilhar essas narrativas” apontou Custódio, natural de Magé, na Baixada Fluminense

Exibido no Festival Panoramica, o maior da Suécia sobre cinema latino-americano, “Complexos” busca durante as entrevistas, a reflexão sobre suas trajetórias abordando questões que atravessam seus cotidianos e seus fazeres artísticos. Essa série propõe uma narrativa que busca retratar as diferentes possibilidades de representar o viver nas favelas do Rio de Janeiro, a partir de seus próprios moradores. A ideia é de que essas falas apresentem – seja para o campo acadêmico, artístico ou até mesmo no âmbito das políticas públicas – possibilidades de trajetórias de moradores de favelas que favoreçam na desconstrução dos estigmas ligados à representação da favela e de seus moradores.

A importância do filme está nas pessoas que são abordadas e suas trajetórias. São pessoas que realizam e disputam o significado do que é viver em favela, expondo o quão diversas são essas vidas. Não é apenas a favela que perde com essa exclusão, todos nós perdemos enquanto sociedade com o racismo e a política de morte no qual os espaços que essas pessoas retratadas no filme cresceram e vivem até hoje“, afirma JV Santos, realizador em Cinema e Audiovisual e co-fundador da Cafuné na Laje, produtora do documentário. 

Assista ao documentário neste link.

Ficha Técnica
Complexos“, Documentário. 26 minutos. 
Com: Gizele Martins, Naldinho Lourenço, David Amen, Mc Martina, Thaís Alvarenga, Léo Lima, Rodrigo Maré Souza, Geandra Nobre, Wallace Lino.
Realização: Cafuné na Laje (Jacarezinho) – Arma Alliance (Finlândia) / Pesquisa: Leonardo Custódio / Argumento Série: Leonardo Custódio – Jv Santos / Direção: Jv Santos / Entrevistas: Léo Lima / Produção: Mariluci Nascimento / Assistente de Produção: Jonas Rosa / Fotografia: Léo Lima e Jv Santos / Câmera Adicional: Gê Vasconcelos / Som: Jonas Rosa / Som Adicional: Luciano Dayrell / Montagem: Jv Santos – Jonas Rosa / Edição: Jonas Rosa / Trilha Sonora: Joca / Produção de Finalização: Jv Santos / Cartazes e Videografia: Renato Cafuzo / Legendas: Caroline Vicente / Tradução: Clara de Carvalho.

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carioca, estudante de Letras na UFRJ. Nascida numa segunda-feira de carnaval, se apaixonou muito cedo pela arte das Escolas de Samba. Moradora da Taquara, é Zona Oeste desde os onze anos; não dispensa um passeio pelo Centro, uma ida ao Parque de Madureira, uma volta pela Cidade das Artes ou qualquer outro evento que consiga ir. Gosta de teatro e música, às vezes se arrisca nessas áreas. Também é pseudônimo de Bárbara de Carvalho.

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