O Boletim Epidemiológico apresentado nesta sexta-feira (13/08) pela Prefeitura do Rio confirmou que a cidade é o “epicentro” da variante Delta. Diante desta realidade, o prefeito Eduardo Paes (PSD) voltou a solicitar que sejam enviados mais imunizantes à cidade. Apesar disso, a infecção pela Covid-19, mesmo em pessoas com ciclo vacinal completo, não demonstra qualquer tipo de ineficácia das vacinas disponíveis.
Na realidade, o que os especialistas explicam, é que a expectativa que se tem colocado em relação as vacinas contra a covid-19 não condiz com a realidade, o que não representa que os imunizantes não sejam eficazes. Isso porque, um dos principais benefícios da vacina é evitar que a doença avance para casos graves e de óbito, embora em situações raras de vulnerabilidade do organismo, possa ocorrer a evolução do vírus com maior complexidade, como explica Mila Muraro doutoranda em Microbiologia Médica Humana pela (Universidade Federal do Rio de Janeiro) UFRJ e coordenadora de pós-graduação de Análises clínicas e diagnóstico in vitro na Universidade Veiga de Almeida (UVA).
“As vacinas não possuem 100% de cobertura. Elas não funcionam como um escudo mágico como a gente esperaria. O que elas fazem é de fato reduzir bastante os casos graves de Covid e com isso, diminuir o índice de internações”, esclarece a especialista.
O que se tem observado diante de casos raros de pessoas que adoecem de forma grave e acabam indo a óbito, após a segunda dose ou dose única, é que geralmente acomete pessoas em situações específicas. É, por exemplo, o que ocorre com alguns idosos ou pessoas com comorbidades. De acordo com Mila Muraro são situações isoladas de indivíduos que apresentam algum tipo de imunocomprometimento ou imunossupressão.
“O sistema imunológico, seja por idade avançada, seja por alguma outra doença de base, ele pode estar deficitário e isso vai fazer com que a cobertura vacinal seja ainda menor, porque a resposta imunológica desse individuo ainda que aconteça, acontece de forma branda e pouco eficiente para combater a doença”.
É importante esclarecer, que as pessoas com idade avançada já têm o seu sistema imunológico em um estado de declínio natural devido ao processo de envelhecimento. Além disso, indivíduos com sistema imunológico de alguma maneira comprometido, também podem ter uma resposta diferente no processo de imunização.
Isso quer dizer que, em casos pontuais, de pouca prevalência, a resposta do organismo pode ocorrer de maneira diferente do esperado, o que não faz com que estes fatores sejam determinantes, pois mesmo assim não é de forma alguma obrigatório que as complicações da Covid-19 aconteçam com todos estes indivíduos com sistema imunológico comprometido.
“A resposta desses pacientes na terceira idade, após a vacinação, é uma resposta que existe, mas ela pode não chegar em níveis tão altos como no individuo que esteja em faixa etária anterior. O que a gente observa, também nos indivíduos imunocrompetidos ou naqueles que possuem alguma doença de base, comorbidade como doenças cardiovasculares, doenças autoimunes. São os indivíduos chamados de imunocomprometidos ou imunossuprimidos, por alguma deficiência do sistema imune. Então essas pessoas, assim como os idosos respondem um pouco a quem do que se espera para os percentuais proteção da vacina. Mas isso não é para todos os idosos e imunocomprometidos, mas para uma parcela deles”.
Em relação aos fabricantes, não existe uma melhor ou uma pior vacina. Todos os imunizantes apresentam eficácia e se diferenciam, apenas, em relação a tecnologia de sua confecção, inclusive a CoronaVac, que acaba sendo incorretamente associada a uma menor eficácia, por ter sido a primeira vacina disponibilizada no Brasil e responsável pela vacinação de parte dos idosos.
“O que temos são vacinas com fabricantes diferentes e algumas são mais imunogênicas do que outra. Isso tem relação com a tecnologia que a vacina é desenvolvida e com o estado imune do hospedeiro que tem uma correlação grande com a faixa etária de idade. Então como os idosos foram os primeiros a serem vacinados, como é uma vacina que vai ter um estimulo imune e que nesse individuo a resposta imune já é um pouco mais deficitária, isso pode ter, na teoria, uma correlação com a cobertura, o percentual de cobertura de indivíduos que se internam menos, indivíduos que morrem menos, isso não quer dizer que a vacina CoronaVac seja pior que as outras vacinas. Vale dizer, que é necessário tomar a vacina que esteja disponível”, afirma Mila Muraro.
A resposta vai muito além de pseudos especialistas que não sabem o que deveriam saber de fato. Porquê? Esse vírus é algo totalmente diferente de sua linhagem, a coisa não obedece padrões já padronizados do tipo coronavirus. Lembro de uma entrevista bastante polêmica, a qual o cientista que descobriu o vírus da Aids, simplesmente disse: “Este vírus está muito a frente do que deveria, é como se estive 80 vezes mais avançado e isso não é normal, algo que pode ser explicado é sua modificação in vitro.” Enfim… prefiro dar ouvidos a quem fez algo revolucionário de fato, do que pseudos entendedores que não sabem o que deveriam. Os mortos que tomaram as vacinas, explica e muito, o porque de complicações mesmo tendo tomado as 2 doses.
O problema é que não foi o povo a criar toda esta desconfiança não. Quem a criou foi o mesmo Instituto Butantan que lançou a vacina Coronavac. Porque não foi transparente com o povo naquela hora do lançamento? Tivesse dito o percentual correto, teria sido melhor.
Veja o press-release oficial do Butantan. Afirma com pompa e alarido 100% de eficácia para casos moderados e graves. Fosse isso verdade, Tarcísio Meira estaria aí vivo.
https://butantan.gov.br/noticias/vacina-do-butantan-atinge-100-de-eficacia-para-casos-moderados-e-graves
Deve-se indiciar os responsáveis do Butantan por este press-release com informações que não se verificam na vida real, dada à magnitude das consequências que isto tomou na sociedade. Técnicos, diretores e políticos que se valeram desta afirmação. Provavelmente quando a poeira da pandemia abaixar, em 2022, veremos isso ocorrer.