Número de alunos pretos e pardos representa quase metade dos calouros da UFRJ

Análise é do Visualiza UFRJ, banco de dados que será lançado em setembro

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Imagem meramente ilustrativa - Foto: Reprodução

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que completou 100 anos em 2020, cresceu em tamanho, expandiu o número de cursos, ganhou novos campi, e também se tornou mais plural e representativa da sociedade brasileira nas últimas décadas. Levantamento do Visualiza UFRJ, banco de dados que será lançado, em setembro, com informações sobre a mais antiga universidade do Brasil, revela algumas das principais transformações. Uma das mais importantes envolve a composição dos calouros: em 2019, pretos e pardos já representavam 45,5% dos novos alunos. A mudança de perfil dos estudantes poderá ser analisada no site, de forma interativa, desde 1993, quando apenas 66 alunos negros se matricularam e os brancos predominavam, ocupando 88,6% das vagas.

“Atualmente, a UFRJ está mais representativa do perfil étnico da sociedade brasileira no que diz respeito aos estudantes de graduação. Mas ainda é preciso avançar nas políticas de assistência estudantil que garantam a permanência dos alunos na universidade. Ainda há um elevado grau de evasão na UFRJ e outras universidades, e isso precisa mudar”, diz a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho.

Sempre dinâmica, a UFRJ enfrenta agora nova desafio: fazer com que seus quadros, tanto de técnicos-administrativos quanto de professores, tenham também mais pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.

Até 2019, quando a atual reitoria assumiu, não havia política efetiva de reserva de vagas nos concursos para docentes. O Conselho Universitário aprovou nova resolução e, a partir dos próximos editais de concurso, haverá efetivamente a distribuição de vagas destinadas a pretos, pardos, indígenas e portadores de deficiência”, assegura Denise, que conseguiu destinar 20% do total de vagas para cotas nos próximos editais, mudando o critério anterior, quando o percentual só incidia quando havia três ou mais vagas em determinado setor.

Além da composição dos estudantes por raça, também será possível acessar os dados de renda dos calouros. Informações sobre tamanho dos cursos, qualificação dos professores, palavras mais usadas em pesquisas acadêmicas também estarão disponíveis no Visualiza UFRJ, que vai ser apresentado durante o evento UFRJ+100: desafios para o Brasil, que reunirá, nos dias 8,9 e 10 de setembro, professores da instituição e convidados para debater, de forma on-line e aberta a todos, temas da atualidade, como crise climática e desafios da pandemia (confira a programação no site, clicando aqui).

Entre as curiosidades do site, está também a mudança nos cursos. Medicina já deixou de ser há tempos o com mais alunos. Apesar de ainda ter a maior nota de corte, ele já perdeu o posto de maior para a Faculdade de Direito, segundo o Visualiza UFRJ, produzido em parceria pelo LabVis da Escola de Belas Artes e do Laboratório de Computação Gráfica da Coppe.

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1 COMENTÁRIO

  1. Dou razão àqueles que criticam o uso do termo pardo, separando pretos e pardos como estando numa “categoria” negros.
    Como diz um artista plástico crítico à utilização da palavra: “pardo é papel”

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