Obcecado em ser reeleito, o governador Cláudio Castro segue em sua jornada no modelo WO. Seus passos todos apontam para um caminho pantanoso e perigoso: eu te dou isso, aquilo e aquilo outro e você me dá o partido. A desastrosa coordenação política, que tem dedo firme de uma patética figura tradicional do PT dentro do governo, usa todas as ferramentas para comprar apoios: verbas de publicidade, cargos, pastas, dinheiro da Cedae para obras. É a velha política do toma lá dá cá realizada da forma mais vil possível. Já vimos esse filme antes.
Castro não entendeu que a política mudou e que está cada vez mais perceptível aos olhos de todos que sua gestão virou refém de medalhões da política. Os secretários pisam em ovos. Sabem que a qualquer momento podem ser exonerados em detrimento de forças eleitorais maiores.
Não existe mais projeto de governo. Existe projeto eleitoral. E existe projeto individual. Nesse momento é cada um por si.
O governo Cláudio Castro se esmera em fazer mudanças de toda forma. Nenhuma técnica. Todas políticas. Basta alguém cantar no seu ouvido que ele acata. Nesta semana, exonerou Luiz Guedes da presidência da Fundação Leão XIII para nomear o presidente do PROS, Jimmy Pereira. Tudo porque, nos bastidores, cogitou-se a possibilidade de o partido se aproximar do General Mourão, improvável candidato ao governo do estado. Virou ameaça? Castro compra. Não serve mais? Castro rifa.
Com leituras desastradas do quadro eleitoral, Castro se equilibra entre partidos e políticos. A situação é desconfortável. Como boa parte de seu secretariado deve se desvincular no ano que vem para se lançar em candidaturas proporcionais, a correria é individual: despejar o máximo de verbas possível para enxergar possibilidades lá na frente.
Sem identidade, o governo Claudio Castro também tem comandos nas mãos de ex-personagens do ex-prefeito Crivella. O Republicanos, por outro lado, já demonstra sinais de insatisfação. A Secretaria de Assistência Social, na mão do petropolitano Matheus Quintal, está sendo varrida para dentro da Secretaria de Governo e esvaziada.
Quem está no alvo de muitos é o secretário de governo, Rodrigo Bacellar, que já balança no cargo. A Secretaria de Esportes pode jogar para o vazio o titular Leandro Peixe para nomear outra estrela de Crivella: Gutenberg Fonseca. O Secretário de Trabalho e Renda, Leo Vieira (PSC), pode dar lugar a um dirigente do Partido Podemos.
Da parte dos prefeitos, a situação não é diferente. A maioria está de olho nas verbas de loteamento da Cedae, mas os compromissos com Castro são tão frágeis quanto a cadeira de seu eminente articulador petista. Muitas cabeças já estão na bandeja. O que Castro ainda não entendeu é que a sua própria cabeça está, não em uma, mas em várias bandejas.
O governador não precisa de um “Petista infiltrado” para a sua gestão ser desastrada. Ele não tem experiência e não passa de um populista barato. Mistura bolsonarismo com as já conhecidas práticas corruptas do Rio e ainda recebe conselhos do Garotinho. O projeto de infraestrutura com dinheiro da Cedae mostra isso. Abdicou do plano metropolitano e agora fala de metrô na baixada, quando existiam diversos projetos do próprio metrô na frente e com urgência. Estamos perdendo mais uma oportunidade.
Quem é o tal PTista, para quem não entende de política?
Alguém que trabalha coladinho no Governador, do seu Secretariado talvez, mas o Governador dia a dia vai atirando pra todo lado e se descolando da família Bolsonaro.
E o que o Jimmi Pereira tem haver com isso se ele nem é mas do PRTB de Mourão? A matéria é boa, mas essa parte eu realmente não entendi.