O projeto “Meninas e Mulheres da RR2D: Ciência, Tecnologia e Educação para Redução de Riscos de Desastres e Desigualdades”, realizado na Universidade Veiga de Almeida (UVA) está oferecendo bolsas para meninas e mulheres nas áreas de engenharia e tecnologia. A instituição foi selecionada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) para integrar o programa de fomento da instituição para jovens mulheres nas áreas de ciências exatas e da terra, engenharias e computação.
“Além de prover ferramentas técnico-cientificas de capacitação, o objetivo é estimular o reconhecimento das capacidades individuais e despertar o interesse das meninas por profissões em que a participação masculina é predominante”, explica Viviane Japiassú, coordenadora do Núcleo de Inovação Pedagógica da UVA e idealizadora do projeto.
A Faperj destinará 23 bolsas integrais contemplando 15 meninas do ensino fundamental, 5 professoras orientadoras de escolas municipais públicas e 3 alunas inscritas no Programa de Iniciação Científica da UVA. Neste ano participarão as escolas municipais Bento Ribeiro e República do Peru, no Méier; Acre, Todos os Santos e Rio Grande do Sul, no Engenho de Dentro e Thomas Mann, no Cachambi.
As atividades extracurriculares programadas englobam oficinas práticas de eletrônica básica, mapeamento de riscos sociais e ambientais no entorno dos bairros em que as estudantes residem, produção de protótipos em impressora 3D, oficinas de robótica e eletrônica, aulas de criação de produtos audiovisuais e jogos, workshops e rodas de conversa com profissionais dos setores de engenharia e tecnologia, além de debates com especialistas sobre desigualdades e gênero. O desenvolvimento dos conteúdos e da programação contará com participação de alunos da UVA, que também serão responsáveis pela monitoria das atividades práticas.
“A Veiga disponibilizará os laboratórios de tecnologia e inovação e as salas para debates. Os encontros presenciais serão implementados assim que for possível, em virtude da pandemia da covid-19. Enquanto isso, os encontros e workshops acontecerão por videoconferência”, explica Viviane.
Antes de integrar o programa da Faperj, o projeto Meninas e Mulheres da RR2D havia sido contemplado pelo subsídio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq). A duração do financiamento foi de um ano como previsto em edital.
“Iniciamos as atividades nas escolas em novembro de 2019 e mantivemos presencial até março quando eclodiu a pandemia. A partir daí tivemos que reinventar o formato com a virtualização das atividades. O resultado foi surpreendente. Não tivemos nenhuma desistência. Ao contrário. A participação foi ainda maior. Acredito que, nesse momento de incertezas, as meninas enxergaram ainda mais suas potencialidades e a importância de direcionamento profissional para o futuro”, conclui Viviane.