André Luiz Pereira Nunes: As dificuldades da implementação do futebol profissional no Rio de Janeiro

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre os obstáculos enfrentados pelos clubes no processo de profissionalização do futebol carioca

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A implantação do profissionalismo no futebol carioca, em 1933, inicialmente se revelou um fracasso. A ideia reuniu apenas seis clubes: Bangu, Fluminense, Vasco, Bonsucesso, America e Flamengo.

Já o Botafogo, campeão em 1930 e 1932, optou por continuar amadorista, a exemplo de outras equipes, consideradas menores, como Andaraí, Olaria, Engenho de Dentro, Confiança, Portuguesa, Mavílis, Cocotá, Brasil e Ríver.

Por conta de desentendimentos com a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), Confiança, Engenho de Dentro, Ríver, Cocotá e Brasil abandonaram, em 1934, o certame em andamento, deixando o Clube da Estrela Solitária acompanhado apenas por Andaraí, Mavílis, Olaria e Portuguesa.

As agremiações retirantes, então, passaram a disputar os chamados torneios do futebol menor, se filiando a algumas das inúmeras ligas amadoras que proliferavam como moscas naqueles áureos tempos em a cidade detinha um número igualmente infindável de espaços destinados ao esporte bretão.

No mesmo ano, o Vasco foi campeão pela Liga Carioca de Futebol (LCF), de caráter profissional. Em 1935, a entidade, com a saída do Gigante da Colina, que se aliou ao Botafogo, ficou reduzida ao grupo composto por America, Fluminense, Flamengo, Bonsucesso, Modesto e Portuguesa. A Federação Metropolitana de Desportos (FMD) passou a contar com Botafogo, Vasco, Andaraí, Bangu, Madureira, São Cristóvão, Olaria e Carioca.

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Em 1936, os presidentes Pedro Pereira de Novaes, do Vasco, e Pedro Magalhães Correia, do America, organizaram na Associação dos Empregados do Comércio uma reunião histórica que formulou a pacificação do futebol carioca. O acontecimento, o qual ficou conhecido como ‘Solução Dois Pedros’, acabou dando origem ao chamado ‘Clássico da Paz’, disputado entre Vasco e America.

Foram, portanto, reunidos, em 1937, na recém-criada Liga de Futebol do Rio de Janeiro (LFRJ), os doze principais clubes da cidade. Como nem tudo são flores, no ato da reunificação, o São Cristóvão liderava o Campeonato Carioca organizado pela Federação Metropolitana de Desportos (FMD), que acabou interrompido ao fim do primeiro turno. A entidade organizadora então o proclamou campeão. Contudo, até os dias atuais, os Cadetes não tiveram a sua conquista oficializada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), injustiça que pretendemos corrigir através de um documento por nós formulado que se encontra totalmente embasado por fontes fidedignas.

Fluminense, Flamengo, Vasco, Botafogo, São Cristóvão, America, Madureira, Portuguesa, Bonsucesso, Olaria, Bangu e Andaraí tiveram um ano de prazo para se organizarem técnica e materialmente para disputar a primeira divisão. Os que não satisfizessem as exigências seriam desligados, com direito a retorno, apenas quando cumprissem o regulamento. O principal vitimado nessa história foi o Andaraí, irremediavelmente excluído do rol dos grandes times do futebol carioca.

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André Luiz Pereira Nunes é professor e jornalista. Na década de 90 já escrevia no Jornal do Futebol e colaborava com Almir Leite no Jornal dos Sports. Atuou como colunista, repórter e fotógrafo nos portais Papo Esportivo e Supergol. Foi diretor de comunicação do America.

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