Moradores de Vargem Grande sofrem com descaso da subprefeitura e de empresas de ônibus

Muitas linhas de ônibus da região foram extintas ou operam com inúmeras limitações

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Se não bastassem as fiações desencapadas e penduradas, postes inclinados, falta endêmica de garis diários, de lixeiras, papeleiras, demarcação de pistas nas ruas, mesmo nas principais, recapeamento, iluminação, ciclovias e melhor sinalização, a região da zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, conhecida como Vargens, ainda carece de linhas de ônibus para atender dignamente seus cerca de 45.000 moradores. Muitas foram extintas ou operam com inúmeras limitações.

O subprefeito, geralmente, é nomeado por meio de loteamento político. A única credencial do atual, Raphael Lima, foi ter sido assessor do presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos Caiado, um dos principais apoiadores de Paes na última campanha. Também fez parte da juventude dos Democratas. Sequer é visto na região e tampouco atende aos telefonemas dos moradores.

Em relação aos transportes públicos, a região convive com o total descaso. A linha 810 (Pontal-Taquara), por exemplo, circula nos dias de semana até às 21h30. Aos sábados e domingos o quadro é ainda pior. O último veículo sai do terminal da Taquara às 20 horas. Essa redução de circulação é contraditória às recentes medidas de reabertura do comércio propostas pelo prefeito.

Para quem trabalha à noite, trata-se de uma grande dor de cabeça o retorno para o lar.

É um verdadeiro absurdo. Sou professor de uma escola pública na Praça Seca e deixo meu trabalho às nove da noite. O último ônibus sai meia-hora depois. Como volto para casa? O prefeito e o governador querem as escolas abertas, mas os transportes são escassos. Desisti do BRT, pois o tempo de espera é de mais de 40 minutos. Não há condições“, reclama José da Costa, morador de Vargem Grande.

Em relação aos problemas do bairro, ele alega que o portal 1746 não atende às suas solicitações.

Infelizmente o trabalho da prefeitura na região é inócuo. Eles só olham para a Barra da Tijuca e Recreio. As Vargens carecem de praticamente tudo. Desde garis até recapeamento. Não há quase nenhuma papeleira ou lixeira nos postes. Eles alegam não terem dinheiro. Mas os impostos sempre aumentam e eles sabem cobrar direitinho“, alega o revoltado morador, acrescentando ainda que a Rua Agapanto, onde mora, é repleta de quebra-molas irregulares e inúmeros buracos.

Já fizemos inúmeros pedidos à prefeitura e nada acontece. Essa e outras ruas parecem um trajeto do rali Paris-Dacar. É uma vergonha o abandono, o qual Vargem Grande e Pequena se encontram há várias gestões. Esse prefeito nunca olhou para a nossa região“, conclui o revoltado morador.

Acerca dos problemas das linhas de ônibus, a Secretária de Transportes não trouxe ainda nenhuma solução. As vans também têm sido um alvo recente da sanha do prefeito. Poucas linhas ainda circulam. Para Odair Cunha, motorista de uma lotada, tem sido difícil ultimamente circular.

Esse prefeito é inimigo do transporte alternativo. Outro dia houve uma operação da prefeitura e fomos impedidos de trabalhar. E olha que somos regulares. Centenas de moradores ficaram sem transportes“, reiterou.

Em relação à falta de solução aos problemas da região, detentora de um importante polo gastronômico, a subprefeitura informa que tem feito inúmeros atendimentos na região, como melhorias na iluminação, e que ainda pretende realizar a construção de uma ciclovia na Estrada do Rio Morto, importante via que liga o Recreio à Vargem Grande, medidas que não satisfazem os anseios e necessidades básicas de uma região cada vez mais negligenciada pelo poder público.

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André Luiz Pereira Nunes é professor e jornalista. Na década de 90 já escrevia no Jornal do Futebol e colaborava com Almir Leite no Jornal dos Sports. Atuou como colunista, repórter e fotógrafo nos portais Papo Esportivo e Supergol. Foi diretor de comunicação do America.

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