A partir de quarta-feira, dia 01 de dezembro, o público que visitar o CCBB Rio de Janeiro irá encontrar no térreo da Instituição um jardim sensorial feito de luz, uma paisagem virtual, samambaias, flores e folhas digitais movidas pelo vento, tempestades, pássaros e tudo o mais que a imaginação possibilitar perceber.
Da artista Rejane Cantoni, uma das artistas brasileiras com mais inserções internacionais em mostras de arte eletrônica e digital, FLORAS é uma instalação site specific, desenhada para refletir sobre Natureza e Tecnologia Blockchain, cryptoart e NFTs.
Floras é composta por cerca de 50 animações geradas por processos algorítmicos analógicos e digitais, únicos e exclusivos. A série, um conjunto abstrato de reverberações factrais, explora formas orgânicas de grande impacto visual e força cromática.
FLORAS é uma instalação site specific – produzida especialmente para ambientar a entrada do CCBB RJ e funciona como um jogo: seu estado determina sua evolução. O programa digital atualiza a visualização da obra por meio de duas regras combinatórias: atração e repulsão. A função dessas regras é reconfigurar continuamente o todo, a partir da interação entre as partes, o que significa que a instalação está em constante transformação. O mesmo espectador pode retornar a ela infinitas vezes, e ela nunca será a mesma.
Em FLORAS o público também é convidado a contribuir para a evolução da obra. A possibilidade de ocorre através do perfil do projeto, no Instagram, @nft_floras. Quando o visitante dá um “like” em um dos vídeos do perfil, o programa interpreta o “like” e, como resultado, novos vídeos serão gerados considerando essa informação.
“O “jardim de luz” de Rejane Cantoni é antes de tudo um corpo mutante, que a cada interação faz nascer uma nova expressão pictórica, uma nova forma de simulacro da natureza, de esplendor vegetal, que dá ao “interator”– o agente externo – a capacidade da criação de um universo pessoal, que nasce de gestos simples e cotidianos, como os likes ou downloads que podem ser marcados dentro das infinitas possibilidades do suporte NFT, num jogo de distanciamento x imersão que é o leit-motiv do trabalho. A artista assim, propõe um tratado sobre as variantes do acaso como forma de expressão”, diz Byron Mendes, curador da mostra que fica no CCBB RJ até 24 de janeiro de 2022.
A artista Rejane Cantoni vem desbravando ao longo de sua trajetória, uma profunda investigação artística sobre a aplicabilidade de novas tecnologias na expansão da percepção daquilo que pode ser absorvida como expressão visual nas artes. Seus trabalhos sempre tiveram uma âncora na possibilidade de interação com o público em instalações táteis, físicas e digitais. Usando um repertório tecnológico experimental e amplo, de grande apelo imagético e sensorial, a artista mantém na sua fatura um componente pictórico que de certa maneira é a ponte mais perene de relação entre a criação artística e as pessoas, angariando empatia imediata a seu trabalho.
“Desenhar e instalar uma obra site specific não é uma tarefa simples. Você tem que estudar muito. Pesquisar as particularidades da instituição que o convida; fazer muitas perguntas e responder algumas delas: Onde? Qual a história do CCBB RJ? Como é a arquitetura? Como é a luz ambiente? Durante quanto tempo a obra permanece instalada? Quem irá interagir? Qual é o público (do centro do Rio, de arte)? Qual o tema? Qual a relevância social da proposta? Qual é a equipe? Qual a verba disponível? Em FLORAS a curadoria propôs convidar o público do CCBB RJ a experimentar e refletir sobre Natureza, Tecnologia Blockchain, cryptoart. A relação Natureza-Tecnologia é um problema chave e trendy e a possibilidade de tratá-lo no contexto do CCBB RJ, para todos os visitantes do museu, me pareceu um desafio sedutor, sobretudo quando consideramos a história e a arquitetura do edifício,” diz Rejane Cantoni
“Rejane Cantoni trabalha também com o binômio luz/reflexo, em instalações site specific que absorvem o vocabulário plástico erigido a partir das experiências cinéticas fundadoras. A artista, há vários anos, transita de forma fluída entre fenomenologias analógicas, em ambientações cromáticas imersivas e o universo proto-cyber que deu base para o advento dos NFTs. Neste sentido, toda sua produção seminal, pautada na inovação e na relação tecnológica como suporte, confluiu para as séries em formato NFTs que vem desenvolvendo”, complementa o curador da mostra.
Serviço:
Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
De 01 de dezembro de 2021 a 24 de janeiro de 2022
Abertura: quarta-feira, 01 de dezembro
De quarta a segunda das 9h às 20h. A entrada do público é permitida apenas com apresentação do comprovac?ão de vacinac?ão contra a COVID-19 e uso de máscara
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, RJ (21) 3808-2020
Entrada gratuita