Em 13 de maio deste ano, escrevinhei meu primeiro artigo para o “DIÁRIO DO RIO”. Em princípio, minhas participações se resumiriam a analisar pesquisas de opinião, e eram e são muitas, despejadas nas nossas testas todo mês. Ao longo dos 53 textos publicados no “DIÁRIO DO RIO”, entretanto, assumi posições, posições que de certa forma podem ter confundido a cabeça de quem está acostumado a comprar opiniões e/ou ler monotemas e atestar ideologias fechadas. Nunca foi assim para mim. Minha opinião não está à venda. E muito menos sou de um lado ou de outro. Pois o fim do ano se aproxima e meio que me sinto num “bloco do eu sozinho”.
Atesto com entusiasmo que em nenhum dos meus 53 textos publicados sofri qualquer censura do “DIÁRIO DO RIO”. De Quintino Gomes Freire e Claudio Castro – não o governador, o CEO do “Diário” – recebi só palavras generosas. Nunca mexeram ou pediram para amenizar nada. O “DIÁRIO DO RIO”, para mim, portanto, não é só um veículo de amor ao Rio. É um jornal corajoso, que para sobreviver não fica chupando o saco do governador 24h por dia. Faz jornalismo macho. Por isso estou aqui. Não sei até quando.
Reitero que essa produção editorial, esses textos, não são para mim uma volta ao jornalismo. Hoje sou um estrategista de campanhas eleitorais. Um gerenciador de imagem. E de crises. Não mais voltarei ao jornalismo, onde passei 22 anos da minha vida. Esse olhar redacional aqui no “Diário”, entretanto, vai virar um livro. Uma coletânea, que está esperando apenas o ponto final. A qualquer momento. Um livro que sairá em 2022.
Entre esses 53 artigos, fábulas, crônicas ou análises, fiz também duas entrevistas, cujas perguntas foram enviadas por WhatsApp. Tive o privilégio de ser respondido pelo ex-prefeito Cesar Maia e pelo ex-governador Anthony Garotinho, abordando, entre outros temas, a sucessão ao governo do estado.
Enviei perguntas também ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, e ao deputado federal Marcelo Freixo. Ambos me confirmaram que responderiam. Mas não responderam, apesar de meus inúmeros pedidos ao longos dos últimos meses. Por isso, como não gosto de deixar nada pendente, deixo aqui as perguntas aos dois que ficaram sem resposta.
PERGUNTAS A MARCELO FREIXO (2 de outubro de 2021)
- Deputado, há claramente, em movimento, um novo Marcelo Freixo, mais moderado, menos sisudo, mais aberto ao diálogo com diferentes. Ter deixado o PSOL é um primeiro sinal disso. A questão é: essa mudança é um amadurecimento político ou um redirecionamento visando a eleições majoritárias? Afinal o senhor é de fato pré-candidato a governador do estado do Rio?
- Num cenário em que Lula pode vir a lançar um candidato do PT ao governo do estado do Rio, que pode até ser o deputado estadual André Ceciliano, o senhor vê espaço para uma esquerda tão fragmentada na disputa de 2022?
- Durante os últimos 12, 13 anos vimos a militância do PSOL gritar sistematicamente “Eu quero o fim da Polícia Militar”, o que de certa forma acaba virando-se contra sua candidatura em relação à questão da segurança pública. Qual a sua visão sobre isso?
- Pegando ainda esse gancho, vivemos um estado dominado pelo tráfico e por um imenso corredor de bandidos. Sendo o senhor de fato candidato ao governo do estado do Rio, como enxerga o trabalhador preso em casa pela total insegurança da porta pra fora?
- Rodo bastante o interior do estado e vejo sua candidatura com dificuldade de se espalhar, visto que notoriamente é um eleitor mais conservador. Como mudar ou mexer com a cabeça de um cidadão que rejeita o progressismo?
- Veja, deputado, ainda nesse corredor. Costumeiramente seu eleitor e muitos dos seus aliados tratam o conservador como um ser menor, como gente, digamos, do mal, até como gente burra ou bitolada. Eu lhe pergunto: como conquistar o voto de um conservador sendo esse eleitor majoritário e tão achincalhado pela esquerda?
- Não há a menor dúvida de que o senhor é muito capacitado, preparado e está vivendo um momento mais experiente e com mais diálogo. Entretanto, pelo seu perfil, entendo que não tentará agregar-se a partidos de centro num eventual segundo turno. A pergunta é: como vencer as eleições sem um pacto, sem acordos?
- Do outro lado temos um governador guloso, que faz de sua gestão um quadrilátero de partidos e agora usa de recursos da Cedae para conquistar prefeitos. Como enfrentar um sistema tão rolo compressor?
- O senhor se sente confortável em apoiar o Lula depois de tudo o que sabemos?
- Se eleito for, qual seria a primeira coisa que faria no Palácio Guanabara?
- O senhor conta com o apoio do PSOL em 2022?
- Caso não vá ao segundo turno, se porventura o governador Cláudio Castro estiver lá com um candidato de centro, existe a possibilidade de, diferentemente de quando estava no PSOL, apoiá-lo contra Castro?
- Que nota o senhor dá ao governo Cláudio Castro, de ZERO a 10?
- Se por acaso as pesquisas de opinião indicarem certa dificuldade para avançar, o senhor voltará a ser candidato a deputado federal?
PERGUNTAS A EDUARDO PAES (27 de outubro de 2021)
- O jogo de 2022 está pesado. Tenho conversado com muita gente e o feedback é: Então, Mario: Claudio Castro pegou quase todos os partidos, loteou o governo, está com bilhões da Cedae, não tem adversário e já ganhou. Prefeito, 2022 será de fato assim?
- Em tese seu pré-candidato é Felipe Santa Cruz. Que atributos você enxerga nele para essa disputa?
- Nas qualitativas que temos feito é possível captar de fato um sentimento de “nem Lula e nem Bolsonaro”. Como o senhor e seu partido analisam a eleição presidencial?
- Há características claras suas de diálogo, de entendimento e de conversa. O senhor sempre fez questão de dizer que era importante ter pontes firmes com presidente e governador. Porém dá sinais de pouca paciência com o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos. Como o senhor avalia essa relação e como o senhor avalia o presidente?
- Voltando à eleição estadual. Talvez só o senhor consiga radiografar o jogo de xadrez. Ceciliano é Lula, Cláudio Castro é Bolsonaro. À primeira vista o governador e o presidente da Alerj são parceiros. Em que momento cada um vai para seu lado?
- Muita gente desejava vê-lo ao lado de César Maia na disputa. Inclusive em algumas quantitativas que fizemos no interior, Maia assume ou o primeiro ou o segundo lugar, delimitando um espaço aberto para experiência, recorrência e centro. É possível vocês marcharem juntos em 2022?
- Que nota, de 0 a 10, dá para seu governo até agora?
- O estado do Rio vem sofrendo muito com muitas confusões. A pergunta que faço ao senhor é: é o sistema ou é a personalização?
- Deu segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Para que números seus dedos correm na urna?
Entendo totalmente a agenda atribulada de ambos. E, afinal, como já disse, não estou mais jornalista. E entendo que ambos não me vejam como tal. E eu, particularmente, respeito os dois, ainda que discorde de bastante coisa.
Também enviei, por intermediários, perguntas ao presidente da Alerj, André Ceciliano, que cordialmente mandou recado, preferindo falar pessoalmente. Aguardo o chamado. Como jornalista e crítico de música de formação, recebo de Nelson Freitas, amigo comum, a informação de que Ceciliano é ligado à música. Talvez, ao vivo, eu perguntasse a ele como a banda tocará em 2022. Abaixo as perguntas a Ceciliano.
PERGUNTAS A ANDRÉ CECILIANO (28 de setembro de 2021)
- Há no Rio e principalmente em Brasília, na cúpula do PT, fragmentos do desejo de que o senhor seja candidato ao governo do estado. Afinal, isso está completamente descartado?
- O senhor é um pilar da governabilidade da gestão Cláudio Castro. Mas em 2022 é probabilíssimo que estejam em lados opostos. Como essa provável ruptura pode enfraquecer o governador?
- O senhor tem uma imagem de conciliador. E trafega bem por todas as matizes ideológicas. O governador Cláudio Castro tem dito em entrevistas que o maior legado de seu governo é a pacificação. Essa pacificação tem sua participação? De que forma?
- Nas últimas eleições, o PSOL desintegrou o protagonismo petista. Como reabilitar o PT no estado?
- Como o senhor vê o deputado Freixo em 2022?
- Qual a sua avaliação do governo Bolsonaro e, principalmente, qual sua avaliação sobre uma possível aliança consolidada com Cláudio Castro?
- Os acordos, a integração ao governo do estado, muitos sinais indicam uma possível baixa renovação na Alerj em 2022. O senhor concorda?
- Há muitos rumores sobre possível afastamento do governador Cláudio Castro até março do ano que vem. O que há de verdade nisso?
- Afinal, o maior projeto da gestão Cláudio Castro é distribuir recursos da Cedae aos municípios? Como interpreta esse processo?
- De zero a 10, que nota daria ao governo Cláudio Castro?
Eu tenho ainda muitas perguntas sem resposta ainda a serem feitas. A única que eu posso responder, e não deixarei sem respostas, é sobre o “DIÁRIO DO RIO”.
Mario, o que você acha do “DIÁRIO DO RIO”?
“O único veículo de imprensa do Brasil que não sofre dos males que mataram o jornalismo: o dinheirismo e o monotematismo“.
Um 2022 perfeito a todos. Com as respostas que precisamos.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Não vou comentar sobre Freixo e Castro, mas acho que para gestor do Estado
do RJ, não vejo ninguém melhor que Cesar Maia.
Refiro-me a ele, por ter competência e comando.
Talvez alguns falem mal dele, mas e os outros….?!
Freixo como candidato para governo é uma piada… se prevalece de uma elite esquerdista da zona sul, vive em uma bolha que será estourada com essa candidatura rsrs…
Perguntas bestas…Vai ver é por isso que não responderam.
COLOCAR COM “RESPOTAS QUE NÃO RESPONDEU” SUGERE QUE SÃO MUITO INQUIRIDORAS E QUE FREIXO FICARIA “SEM RESPOSTA”, O QUE CONVENHAMOS, NÃO É VERDADE, DADA A QUALIDADE DAS PERGUNTAS
POR QUE FREIXO TERIA DE RESPONDER ÀS PERGUNTAS DESSE SITE?