Juliana Benicio: Para aqueles que amam

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre a simbologia do Natal, independentemente de quem acredita ou não em Deus

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Imagem meramente ilustrativa da Basílica Imaculado Coração de Maria, no Méier - Foto: Cleomir Tavares/Diário do Rio

Para aqueles que creem, e eu creio, o nascimento de Jesus é o marco fundante do cristianismo, o símbolo maior da esperança, solidariedade e amor. Nasceu o Deus que se fez homem, do ventre de mulher refugiada, numa manjedoura pobre entre bichos e velado pelo seu pai.

Para os que não creem, cada um por suas razões, existe o legado civilizacional extraordinário advindo da cultura judaico-cristã. Ele não é pouco e muitas vezes não nos damos conta. A mensagem do Cristo inaugura uma ideia absolutamente transformadora, revolucionária, porque rompe com uma tradição de que as diferenças entre os homens são divinas e intransponíveis.

Contrapondo a isso, Paulo, em sua carta aos Gálatas, proclama: ”Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus”. A sociedade cristã tem um propósito claro: unir a humanidade por meio do amor a Cristo.

Os valores oriundos da nossa cultura, aqui entendida como produção de sentidos, sentimentos, comportamentos, moral e ética, impregnados do que podemos chamar herança judaico-cristã, marcam nossa luta, ao longo do processo civilizatório, por direitos e oportunidades iguais. Aquilo que chamamos de Ocidente repousa nessa tradição.

A laicidade, a separação entre Estado e religião, é uma conquista civilizatória, porque respeita a diversidade da vida e dos cidadãos, criando o marco das leis humanas como balizamento sobre o certo e errado. No entanto, nesse mundo diverso e lindo que vivemos, o Natal pode ser entendido e sentido como um momento de união por um mundo melhor, mais solidário, amoroso, honesto e esperançoso.

Nesse mundo, o Natal é para todos que amam e acreditam no poder do amor. Hoje é dia de falarmos sobre isso, sobre um afeto capaz de pacificar nossa convivência. Na próxima semana volto a escrever sobre política, mas sempre impregnada de sentimento cristão e uma fé inabalável no Rio de Janeiro e seu povo.

Escrito em parceria com Moacyr Góes.

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Mãe de 4 filhos: Neto, Hugo, Ana Júlia e Augusto. Política niteroiense, escritora do livro "Política e a Vida Real". Doutora em Engenharia de Produção, Mestre em Economia, Coordenadora de Propriedade Intelectual e Transferencia de Tecnologia do IFRJ e Avaliadora de Ensino Superior no INEP/MEC

1 COMENTÁRIO

  1. “existe o legado civilizacional extraordinário advindo da cultura judaico-cristã”
    Tem muito massacre e deixou muitos doentes com suas crenças. A evangelização não respeitando povos e culturas originárias… Enfim. Pessoas recorrem à religião por algo que acreditar ante o vazio existencial. Muito antes de Cristo houve quem trouxesse ensinamentos muito mais adequados para evolução do indivíduo do que aquele, como Buda, por exemplo. E antes que compare este com o outro incorrendo em erro que muito se vê no ocidente, há mais no oriental para ensinar ao ocidental do que o inverso.

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