Não resta pedra sobre pedra do que foi um dos principais equipamentos culturais do estado do Rio de Janeiro. De propriedade do governo estadual, o teatro de concreto aparente, vidro fumê e tijolinhos foi inaugurado a 8 de março de 1979 numa Copacabana bem diferente da de hoje em dia. Ele foi uma idéia de Geraldo Matheus e Adolpho Bloch e tinha três espaços cênicos: duas salas e o teatro propriamente dito. Um incêndio calou o incrível espaço cultural, em 6 de setembro de 2011.
O velho palco foi ativo, ininterruptamente, por 30 anos, com espetáculos famosíssimos, entre eles: Mary Stuart, Deus lhe Pague, Rádio Nacional, Peter Pan, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rei Lear e Senhora Macbeth, Hotel Paradiso, O Ateneu, As Cantoras do Rádio, Dias felizes, Ensina-me a viver, Ligações perigosas, Don Juan e Ópera do Malandro. No dia de sua estréia, estiveram em seu palco Marília Pêra e Paulo Autran.
Hoje o Teatro é uma ruína. Como é uma ruína a promoção da cultura no Rio de Janeiro – Cidade e Estado. Até quando?
Em 2013, a então Secretária Estadual de Cultura, Adriana Rattes, anunciou a reabertura do Teatro para 2014. Ela também previu “condições ideais de acessibilidade, segurança e sustentabilidade para a casa“. A sala de espetáculos principal ganharia mais 234 assentos. Porém, com a criação de um balcão, o total de lugares chegaria a 656. Bonito. Mas o Teatro continuou com 0 lugares. Seriam gastos 36 milhões de reais numa obra que seria feita pela própria empresa estadual de obras públicas (EMOPE).
Há 2 anos, o então Secretário Estadual de Cultura, Ruan Lira, prometera em entrevista ao G1 a reativação do espaço, que, inclusive, contaria com investimentos privados. Chegou a publicar um Edital, sem grandes conseqüências (é só passar na porta). Desde então, as ruínas só ganharam um pouco mais de pichação e destruição, além de estarem sendo tomadas pela mata. Uma espécie de Angkor Wat urbana. Com direito a invasões freqüentes pelos adictos e cracudos que vêm transformando Copacabana na versão tupiniquim do seriado enlatado The Walking Dead.
Recentemente, foram retomadas pelo Estado do Rio de Janeiro as obras do belíssimo, faraônico e bem localizado Museu da Imagem e do Som (MIS), uma obra muito importante – sem dúvida – para o bairro mais turístico do país, símbolo nacional. Mas será que não tem um troco pra arrumar o Teatro, que já existia antes e não demanda nada próximo do que é necessário para finalizar a obra da Avenida Atlântica?
Para “comemorar” os 10 anos de blá-blá-blá, aproveitamos pra fazer uma sessão de fotos bem deprimente, da situação atual do pobre espaço cultural. Divirta-se (ou, como eu, veja com lágrimas nos olhos).
ninguem mandou votarem no Bolsonaro e seus companheiros como era o ex governador do Rio
Um retrato perfeito de nossa cidade decadente, que a imprensa deslumbrada insiste em chamar de maravilhosa, empurrando para baixo do tapete os problemas crônicos de abandono do patrimônio público, segurança, transporte, educação e saneamento básico.
Regredimos tanto!
A IGNORÂNCIA tomou conta do nosso PAÍS!
A falta da EDUCAÇÃO/CULTURA , mostra a real situação que estamos VIVENDO!
ESCOLAS CAINDO aos PEDAÇOS!
O ENORME NÚMERO de ANALFABETOS!
PROFESSORES DESVALORIZADOS
PAIS AUSENTES!
FAMÍLIAS DESESTRUTURADAS!
GOVERNOS sem COMPROMETIMENTO!
PATRIMÔNIO SUCATEADOS!
É ! AS CRIANÇAS , CRESCEM!!
ELAS são o BRASIL!!
Sinto que estou louco atualmente, que meu raciocínio está errado, a cultura é importante mas não é a prioridade, alimentação saude e educação sim, o Rio já acabou, 95% do estado já pertence a milícia ou tráfico e o resto aos nossos políticos. A classe média que ainda tem o mínimo de voz se trancou atrás dos condomínios ou ficam na nostalgia de quando o rio ainda era um pouco seguro.
Nada vai melhorar se não estivermos dispostos a doar até a vida se for necessário para a mudança.
Também acho que o Rio esta abandonado como um todo, e insisto que os hotéis que ganham fortunas com turismo e, que se Deus quiser, saberão ganhar muito com a abertura de cassinos, deveriam conceder uma parte destes ganhos para revitalizar Copacabana. Quanto ao abandono da Av Brasil, também é grave mas uma parte da destruição vem de lá para cá. Alguém já viu saída de praia na Princesa Isabel? Creio que cuidar de opa também beneficia outros bairros ou mesmo municípios próximos.
legal é o texto soar como “só estou preocupado com copacabana” ou sei lá, zona sul, o senhor já andou na avenida Brasil? Há uma grande incoerência nessas palavras, partindo do fato que cobra reforma de um espaço importante, porém reconhece um problema muito maior que é o “the walking dead” carioca, texto elitista. Sejamos realistas, se falta educação, saúde, moradia e alimentação, um teatro é o menor dos problemas!!!! E antes de mais nada sou a favor da cultura, mas com senso de prioridades…
Mas é assim mesmo que o eleitor da cidade, se é que não pensa, age… nas eleições votando em candidatos que odeiam a cultura, a começar pelo olhar discriminatório como coisa de comunista /socialista exceto em se tratando da parte dita erudita que querem impor esse público elitista.
Uma lástima esse desprezo pela cultura. Como deixar um espaço desses nessas condições? Atenção também com o Teatro Princesa Isabel. Quando passo em frente a ambos dá um aperto no coração! Vergonha, vergonha!