O ano de 2022 mal se inicia e, já se sabe, as expectativas são muitas. Venceremos a pandemia? Enfim retornaremos à normalidade? Como serão as eleições de 2022? Quem será o próximo presidente? Haverá renovação no Congresso? Nesse momento de ansiedade com o futuro, proponho neste artigo algumas pautas que, a meu ver, seriam propícias a serem discutidas nos próximos 12 meses.
A primeira diz respeito ao aprimoramento da educação infantil. Em 2022, o Novo Ensino Médio entra em vigor em todo o Brasil – e essa é uma ótima notícia. Contudo, por que não discutir uma reformulação também da educação dos nossos pequenos? Podemos dar início a um debate sobre termos também, em breve, um Novo Ensino Infantil e um Novo Ensino Fundamental, possivelmente com olhar mais apurado no desenvolvimento de soft skills e no aprofundamento em outros idiomas, tendências já vistas na iniciativa privada.
Nesse cenário, uma boa notícia para o novo ano seria o Brasil intensificar a troca de experiências com países como a China e a Coreia do Sul, que têm tido resultados excelentes no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Onde eles estão acertando e o que podemos aplicar ao nosso país? Essa pergunta precisa ser respondida com urgência. Não temos tempo a perder quando o assunto é educação.
Um segundo tema importante para 2022 diz respeito à saúde e assistência social infantil. Em decorrência da minha própria história de vida (para saber mais, aconselho a leitura do livro “Borboleta Azul”, que lancei em 2015), tive a oportunidade de vivenciar os desafios do tratamento de saúde oncológico em crianças e me conscientizar sobre a grande importância de humanizarmos o cuidado para esse público.
É verdade que houve avanços em 2021 com a aprovação do Estatuto da Pessoa com Câncer. Contudo, em 2022, temos o desafio de implementá-lo efetivamente: ou, como dizem, “fazer a lei pegar”. O meu desejo é ver na política mais esforços em campanhas de prevenção e tratamento ao câncer e outras doenças graves ou raras, mas sem nunca deixar de lado o olhar humanizado e acolhedor, fazendo valer o texto legal aprovado no Congresso e a dignidade dos nossos brasileirinhos e brasileirinhas.
O terceiro ponto que trago como desejo para o ano novo é a sustentabilidade. O tema não pode ser mais deixado em segundo plano e conversa diretamente com a saúde e a educação. Cuidar do meio ambiente significa, afinal, evitar doenças e é uma preciosa oportunidade de conscientização das novas gerações. Elas crescem buscando a convivência harmônica com a natureza e adaptam seus hábitos de consumo para esse fim. Sustentabilidade é a chave para o século 21 e pode suscitar ainda oportunidade de emprego e renda.
Impossível falar do tema também sem falar de saneamento. Com a concessão do serviço de água e saneamento básico no Rio de Janeiro, 2022 vai ser um bom ano para começar a observar o cumprimento das metas para a universalização do acesso. Não podemos mais naturalizar o despejo irregular de esgoto e consumo de água de baixa qualidade. Que a iniciativa privada cumpra as expectativas criadas e pactuadas e, efetivamente, melhore o serviço de águas do Rio.
Ao fim, meu último desejo para esse ano novo, também na tônica de outro artigo que publiquei aqui no Diário do Rio, diz respeito à participação feminina na política. Ela é essencial! Meu sonho é terminarmos o ano lendo sobre o recorde de mulheres eleitas na história do Brasil. Ampliar a participação da mulher na política representará uma grande conquista para os brasileiros. Feliz 2022!