Primeiro post no Diário do Rio de Jan Krüger, responsável pelo blog Caos Carioca.
Semana passada a Prefeitura do Rio de Janeiro encerrou uma parceria de 20 anos com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), cortando os 8 milhões de reais que a mesma recebia por ano como patrocínio institucional. A justificativa, segundo carta do prefeito Eduardo Paes é que são necessários contingenciamentos de gastos uma vez que grandes aportes estão sendo feitos para obras ligadas à Copa do Mundo e Olimpíadas.
Logo fiquei curioso. Com recorde orçamentário de mais de 21 bilhões de reais em 2013, será que o patrocínio à música clássica tem tanto impacto. E para efeitos de comparação bem emblemática busquei os gastos que são feitos do outro lado da rua de onde toca a OSB. Me refiro, obviamente, à Câmara dos Vereadores, que fica a poucos metros do Theatro Municipal.
No ano de 2013 o funcionamento da câmera dos vereadores vai custar mais de 451 milhões de reais. Uma soma que só não é mais assustadora que a progressão quase exponencial deste número ao longo dos anos. Na última década houve crescimento de 152% (179 milhões em 2003). Para efeito de comparação o IGP-M e INPC, índices que medem a inflação, ficaram ambos abaixo de 90% nesse mesmo período.
Claro que um gasto maior poderia ser justificado se houvesse uma qualidade maior no trabalho prestado à cidade por esta entidade. Mas convenhamos que o que mais vemos é trabalho medíocre por parte de nossos vereadores.
Estamos então pagando mais, muito mais, para receber serviços que não fazem jus ao seu preço. Não se esqueçam que a conta é paga por cada um de nós cariocas, aproximadamente 75 reais por pessoa por ano. E para fechar por onde começamos esse post, se a Câmara dos Vereadores fizesse um regime de apenas 1,8% no ano de 2013 daria para manter o patrocínio à OSB. Infelizmente lá a banda toca diferente.