Os espaços públicos são fundamentais para a vida em sociedade. É neles que batem os corações de cada comunidade de pessoas. Nas áreas urbanas, as praças constituem importante exemplo de área destinada ao encontro democrático das mais diversas classes sociais e acabam por se tornar pontos de referência para todos, onde se trocam experiências e ideias.
Muitas cidades globais possuem exemplos que confirmam esta afirmação como a Praça de Maio em Buenos Aires, a Praça Maior em Madri, a Praça Trafalgar em Londres, a Praça da Sé em São Paulo, a Praça da Concórdia em Paris, a Praça da Paz Celestial em Pequim, a Praça do Comércio em Lisboa, a Praça do Tempo em Nova Iorque e a Praça Vermelha em Moscou.
Acontece que praças não são apenas os espaços públicos centrais das áreas comerciais e históricas das grandes cidades. A praça pode e deve constituir também, com outro caráter, área de convivência e recreação importantíssima para os bairros residenciais. Em diversos países da América Latina é assim e em todo o Brasil as cidades possuem praças que servem para reunir a população e sediar eventos e festas populares.
No nosso Rio de Janeiro não é diferente. As praças aqui são pontos de encontro, onde se pode ver as comemorações ocorrendo, os namoros começando, os filhos brincando, os animais de estimação passeando e os idosos conversando.
Analisando essa importância da praça para a vida das pessoas e para a memória e o espírito dos bairros, seria normal supor que a Prefeitura do Rio de Janeiro e o Governo do Estado do Rio valorizam estes espaços.
Ledo engano. A gestão atual da Prefeitura do Rio literalmente destrói praças para instalar no terreno UPAs, Clínicas da Família e núcleos de Ordem Pública. O Governo do Estado, por sua vez, está acabando com praças como a Nossa Senhora da Paz e a Antero de Quental para instalar estações de metrô.
Com certeza a população precisa de saúde, de ordem e de transportes. Mas isso não significa que não precise das praças, que são espaços com os quais possui relação afetiva.
Todos os equipamentos citados poderiam ser instalados em locais diferentes, no entorno, bastando para isso que existisse planejamento, valorização do interesse público e, principalmente, boa vontade.
Nós, cariocas, queremos nossas praças de volta.