A Baía de Guanabara registrou dois vazamentos de óleo no último dia 20 de janeiro (quarta-feira). O episódio foi denunciado pelo movimento ONG Baía Viva. Fotos feitas pelo projeto Olho Verde, coordenado pelo biólogo Mário Moscatelli, mostram manchas no Rio Iguaçu, em trecho de manguezais no município de Duque de Caxias, que deságua na baía. O óleo atingiu diretamente os mangues da região, resultando na morte de caranguejos
A ONG relata que em dezembro de 2021, já havia ocorrido outro vazamento de óleo na região, próximo às instalações da Refina Duque de Caxias (Reduc – Petrobras) que atingiu o Rio Iguaçu, manguezais e os territórios pesqueiros. Até agora a fonte da poluição não foi identificada.
A presença de óleo nas águas da Baía de Guanabara impacta na vida marinha, na pesca, no lazer e no turismo. O Baía Viva alerta que tem havido uma rotina de sucessivos vazamentos de óleo nos últimos meses nas baías fluminenses.
O Baía Viva propôs ao Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea)) que é preciso aumentar a fiscalização inclusive disponibilizando no site do Inea, Ibama e da Capitania dos Portos um espaço para que os pescadores, banhistas e moradores possam enviar fotos e vídeos feitos nos seus celulares com estas ocorrências para que haja uma ação imediata do poder público.
Outra medida sugerida pela organização é a fiscalização permanente das indústrias, terminais de petróleo e embarcações, fundeadas no interior da Baía.
“É o segundo derramamento de óleo no mesmo dia (20/01/2022) que atinge as águas, manguezais e territórios pesqueiros da Baía de Guanabara! A nossa linda Baía está se transformando numa cloaca de óleo! Isso não pode ser considerado mero “acidentes” eventuais, pois trata-se de uma ação criminosa rotineira que tem impactado fortemente a vida marinha inclusive a espécie boto cinza que é o símbolo ecológico do Rio de Janeiro já encontra-se ameaçada de extinção, além da pesca, o lazer da população e a economia do turismo. Estamos em plena Década do Oceano e da Restauração dos Ecossistemas que é uma agenda determinada pela Organização das Nações Unidas para o período entre 2021-2030, mas no estado do Rio de Janeiro as biodiversas baías fluminenses (Guanabara, Sepetiba e da Ilha Grande) tem sofrido diariamente um verdadeiro ‘Sacrifício Ambiental’.”, ressalta indignado o ecologista Sérgio Ricardo Potiguara, co-fundador do Movimento Baía Viva.
Em nota enviada ao DIÁRIO DO RIO, o Inea informou que realizou uma vistoria no trecho do Rio Iguaçu, e que não foi visualizado nenhum ponto de lançamento direto de produto oleoso, que pudesse estar relacionado ao fato denunciado.