Ediel Ribeiro: Crônicas, taokey?

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre "Crônicas, taokey?” o novo livro do Carlos Eduardo Novaes

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Leitor voraz, sempre sei quando tenho um bom livro nas mãos. Li “Crônicas, taokey?” o novo livro do Carlos Eduardo Novaes, de um fôlego só.

Novaes está de volta as livrarias – com sua criatividade e seu texto bem humorado -, após um hiato de 10 anos. Foi uma longa espera. Mas valeu a pena!!

Sou suspeito. Sou fã do “Espermatozóide Careca”. Acompanho Novaes desde a década de 70, quando ele escrevia no “Jornal do Brasil”, em pleno regime militar.

Devo ter lido regularmente Novaes até 1983, quando ele deixou o JB, demitido pela condessa Pereira Carneiro, proprietária do jornal, por ele ter mencionado Jesus Cristo em uma de suas crônicas. O cronista era assim: perdia o emprego mas nunca a piada.

Carlos Eduardo Novaes nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 13 de agosto de 1940. É cronista, romancista, contista e dramaturgo. Filho de um oficial da Marinha e de uma dona-de-casa, aos 18 anos mudou-se para Salvador (BA), onde se formou em Direito.

De volta ao Rio de Janeiro, em 1969, iniciou a atividade de cronista no jornal “Última Hora”. Em 1972, estreou no “Jornal do Brasil”, criando prognósticos bem-humorados para a Loteria Esportiva, passando depois a cronista. O trabalho no JB se estendeu por 13 anos e deu origem à maior parte de seus livros.

Quando comecei a escrever humor em jornais, minha influência era o americano Art Buchwald. Mas lia, é óbvio, Carlos Eduardo Novaes, Luiz Fernando Veríssimo, Millôr Fernandes e Ivan Lessa.

Novaes foi o que mais li. Tenho quase todos os livros dele. Muitos autografados. A última vez que estive com Novaes foi na Fiorentina, em 2019, no Leme, no lançamento do livro do Duayer, quando ele me falou de “Crônicas, taokey?” que estava para ser lançado.

Vou comentar aqui, porque quero que muita gente leia “Crônica, taokey? – Retratos 3×4 do governo do capitão” (Editora Almedina/Minotauro – 100 pags.), o divertido livro do escritor Carlos Eduardo Novaes.

Novaes, nesse seu novo livro, volta a escrever com ironia e irreverência sobre um tema em que ele é craque e domina magistralmente: humor político. São 37 crônicas do cotidiano político brasileiro. Na obra, Novaes se debruça sobre o período que cobre, da vitória de Jair Bolsonaro, em 2018, até os dias de hoje.

Pelas 100 páginas do livro, desfilam personagens conhecidos nas páginas políticas – e policiais – de ‘Braziville’, como Pazuello, Mourão, Weintraub, Queiroz, Lula, Moro, Queiroga, Paulo Guedes e os filhos Zero 1, Zero 2, Zero 3 e Zero 4, do presidente, entre outros.

Nesse novo livro, Carlos Eduardo Novaes confirma que é um escritor de fôlego. Como disse Carlos Drummond de Andrade: “Novaes sabe trazer os assuntos para dentro das palavras, e estas para o leitor, despertando neste a reação saudável, de riso ou sorriso, que é uma espécie de vingança contra as bobagens, os erros e os absurdos da vida massificada de hoje”.

Em “Crônicas, taokey!”, Novaes satiriza com muita verve os absurdos e ridículos da política, da vida do capitão e de seu clã. O autor mostra ao leitor os infortúnios de ‘Braziville’, um país nem tão fictício assim.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"

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