Ediel Ribeiro: A Arte importa

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o livro "A arte importa", do conceituado escritor Neil Gaiman

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“A Arte Importa”, o título do novo livro do celebrado Neil Gaiman  (Editora Intrínseca – 112 págs.) diz muito sobre a importância da criatividade, da liberdade de expressão e do fazer artístico no mundo.

“O mundo sempre se ilumina quando você faz algo que não existia antes.” A frase de Gaiman, no início do livro, nos mostra porque nossa imaginação e criatividade podem mudar o mundo. 

Palavras voam. E, “palavras sábias quando adornadas por imagens, parecem viajar para mais longe, como aviões de papel sendo levados pelo vento”, como disse Chris Riddell, aclamado cartunista do “The Observer” e ilustrador do livro.

Reunindo quatro textos breves, criativos e inspiradores, o livro – pequeno e simpático – dá para ser lido de um fôlego só. No táxi, no avião ou na cama, enquanto o sono não vem. 

O primeiro texto, “Crença” é um manifesto a favor das ideias e da liberdade, escrito depois do ataque terrorista à sede do jornal satírico francês, “Charlie Hebdo”, em 7 de janeiro de 2015, em Paris. 

No segundo, “Por que nosso futuro depende das bibliotecas , leituras e devaneios”, o autor explica como ler ficção – sobretudo por prazer – pode ser um dos hábitos mais importantes que podemos adquirir.

Em “Fazendo uma cadeira”, Gaiman cria uma analogia entre fazer um livro e fazer uma cadeira. “De peça em peça, tudo vai se encaixando”, diz o escritor. O texto é um incentivo a todos que já se viram sem motivação para escrever. Gaiman acredita que fazer um livro é um pouco como fazer uma cadeira: pouco a  pouco, peça por peça,  tudo vai se encaixando.  

O último texto, “Faça boa arte”, é um compilado de seu famoso discurso na University of the Arts, na Filadélfia, publicado em 2014 em formato de livro. O texto, mais enxuto, encoraja artistas a fazer boa arte; mesmo que tenham que quebrar regras e  cometer  erros fantásticos. 

É sério.

Leve e bem humorada, a leitura do livro já valeria a pena por esse conselho do autor:

“Enquanto estiver nisso, faça a sua arte. Faça aquilo que só você pode fazer. O impulso, no começo, é copiar alguém. E isso não é ruim. Muitos de nós só encontraram a própria voz depois de soar como várias outras pessoas. MAS A ÚNICA COISA QUE SÓ VOCÊ E MAIS NINGUÉM TEM É…VOCÊ.”

Neil Gaiman é considerado um dos maiores escritores vivos. Navega por diversos gêneros. Escreve romances, graphic novels, contos e roteiros. Com mais de vinte livros publicados, já foi agraciado com diversos prêmios. Começou a carreira como jornalista, mas logo ingressou no mundo dos quadrinhos, com a aclamada série Sandman. Alguns de seus livros foram adaptados para o  cinema e a TV.

Faça arte. Ela importa.

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Jornalista, cartunista, poeta e escritor carioca. É colunista dos jornais O Dia (RJ) e O Folha de Minas (MG) e Diário do Rio (RJ) Autor do livro “Parem as Máquinas! - histórias de cartunistas e seus botecos”. Co-autor (junto com Sheila Ferreira) dos romances "Sonhos são Azuis" e “Entre Sonhos e Girassóis”. É também autor da tira de humor ácido "Patty & Fatty", publicadas nos jornais "Expresso" (RJ) e "O Municipal" (RJ), desde 2003, e criador e editor dos jornais de humor "Cartoon" e "Hic!"

1 COMENTÁRIO

  1. Gaiman é gigante. Boa recomendação de leitura.
    Fiquei curioso em saber como ele lidou com o caso Charlie Hebdo. Esse jornal é satírico sim, mas também muito desrespeitoso e há uma grande diferença entre Liberdade de Expressão e Liberdade de Ofensa. A primeira é sadia. A segunda é doentia e traz sofrimento.
    Vou conferir esse livro . . .

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