É muito provável que você já tenha ouvido falar sobre a Serra da Posse ou até mesmo transite por importantes vias da Zona Oeste no seu entorno. Localizada entre os bairros de Campo Grande, Santíssimo e Senador Vasconcelos, a Serra da Posse é um remanescente florestal da Mata Atlântica. Dada a importância das pautas de reflorestamento e preservação ambiental dentro do debate das mudanças climáticas e do nosso futuro enquanto humanidade, quero tratar nesse artigo sobre importantes projetos para a preservação da região.
Uma iniciativa de moradores de ruas próximas à Serra da Posse deu origem ao movimento Nosso Bosque, que atua diretamente em ações de reflorestamento. De forma totalmente voluntária, já conseguiram recuperar 10% da vegetação. E se há floresta, há vida. Recuperar o que antes era Mata Atlântica traz também diversas espécies de animais nativos da região. Mas, muito além das ações de reflorestamento, o Nosso Bosque é responsável por iniciativas e projetos que trabalham com o senso de comunidade dos moradores. O sonho é ocupar a floresta, não de modo destrutivo, mas torná-la um refúgio onde a população da Zona Oeste possa desfrutar de tudo que um espaço natural pode oferecer, seja para caminhar, respirar ar puro, ter um espaço de convivência e uso sustentável, de modo que sua preservação seja garantida.
O Nosso Bosque realiza ações como trilhas, pinturas, observação de aves, recuperação de nascente e espécies endêmicas, além de atividades de educação ambiental que demonstram que recuperar a floresta só traz benefícios. Entretanto, com aproximadamente 12 km² de extensão não é possível proteger e restaurar uma floresta sem a presença do Poder Público. Nosso mandato visitou a Serra da Posse por diversas vezes e percebemos que é constante o descarte de lixo na região, inclusive há ocorrência de queimadas, o que pode regredir todo o trabalho de reflorestamento que foi feito até aqui.
A Prefeitura atua na Serra da Posse através do Programa Refloresta Rio, em 20 anos foram 50 hectares reflorestados. Portanto, transformá-la em uma Unidade de Conservação deve ser uma pauta prioritária. Em relatório produzido pela própria Secretaria Municipal de Meio Ambiente sobre a proteção legal da Serra da Posse, foram listados diversos impactos positivos de uma futura transformação em Unidade de Conservação: atenuação dos efeitos das chuvas e mudanças climáticas, conforto paisagístico para a população, áreas de convivência para moradores do entorno, turismo ecológico entre outros.
Uma região com mais de 2 milhões de habitantes e uma ocupação cada vez mais densa do território precisa preservar o que ainda há de floresta. Não podemos ficar parados assistindo a perda da nossa flora e fauna. A biodiversidade também é nosso patrimônio! É necessário e urgente fomentar sua preservação e a recuperação de áreas já degradadas. A população da nossa região precisa de áreas verdes, mantê-las é um meio de assegurar uma melhor qualidade de vida e um futuro mais seguro para as próximas gerações.
Para garantir a proteção da floresta e seu uso sustentável, nosso mandato elaborou o primeiro projeto de lei que transformará a Serra da Posse em uma Área de Relevante Interesse Ecológico. Consideramos que não há tempo a perder quando se trata da pauta ambiental. Desastres naturais são cada vez mais frequentes e consideramos urgente aprovar um projeto que dê garantias legais à proteção da Serra da Posse e venha a incentivar ações voluntárias como a do movimento Nosso Bosque em busca de preservar nosso futuro no planeta. Esse é apenas o primeiro passo. A Zona Oeste só tem a ganhar!
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.