Em dias de eventos, o Bar do Papa, que fica na Rua Cândida Bastos 164, Cascadura, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, tem o Papa Francisco, quer dizer, o Papa Fernando recebendo e abençoando os clientes. É entrar no estabelecimento, que existe desde 2012, que o dono está lá, vestido como a autoridade máxima da Igreja Católica recepcionando todos com as mãos em movimento de oração.
A ideia começou quando Fernando Ferreira, de 61 anos, que já trabalhava em bares antes, decidiu abrir um na área de lazer de sua casa. Com pouco mais de um ano de funcionamento, os fregueses passsaram a dizer que ele parecia com o Papa Francisco – que havia sido escolhido papa meses antes – e ele entrou na zoeira. A família comungou com a ideia. O filho desenhou uma logo mostrando o Chopp do Papa e a filha, atriz de teatro, arrumou a roupa para que a graça fosse alcançada. E foi.
Nos dias de folia de 2013, Fernando saiu usando a roupa de Papa Francisco e perdeu as contas de quantas cervejas, abraços e fotos ganhou dos fieis foliões. Pecado é não brincar o Carnaval, diz o samba da Mangueira.
Alguns desses eventos em que Fernando se veste de Papa Francisco são os encontros literários de autores dos subúrbios cariocas. O bar é, também, um espaço etílico-literário. No último sábado, Vitor Almeida, historiador e criador da página Suburbano da Depressão, lançou seu livro no Bar do Papa. Outros lançamentos ficam expostos no bar. É só pagar a oferta e levar o exemplar para casa. “Aceitamos pix”, informa nossa santidade: o dono do bar.
O Bar do Papa abre sextas, sábados e domingos. Durante a semana, Fernando só atende “na campainha“. Durante o período mais agudo da pandemia de Covid-19, como a maioria do povo brasileiro, o Papa de Cascadura teve que fazer milagre e se virou com as entregas de bebidas e carnes.
“Foi difícil, mas passamos dessa fase. Entregava em alguns bairros da Zona Norte e até na Zona Sul, como Botafogo e Flamengo”, conta o Papa Fernando.
No próximo dia 23, o Papa Fernando vai realizar no bar uma feijoada para São Jorge, o Santo Guerreiro. “Na pandemia, fizemos só para entregar. Eu faço todo ano essa feijoada. Esse ano, se tudo der certo, esse evento vai ajudar a organizar o caixa e vamos avançando em outras coisas aqui no bar, sem meter os pés pelas mãos”, faz a prece Fernando, sempre em tom de muita simpatia.
Como bom Papa que é, o Papa Fernando já realizou casamentos. “O pessoal faz união civil e vem realizar a cerimônia e a festa aqui. Aí, a gente brinca. Eu dou a benção a todos. Já teve casamento de pessoas do mesmo sexo. Aqui não tem preconceito”, pontua Fernando, que se define politicamente como brizolista ferrenho.
Fernando é nascido e criado em Cascadura. Conhecido no bairro, destaca que os clientes vêm de muitas partes da cidade, além dos vizinhos. E a peregrinação tem aumentando com gente de Niterói, Maricá, Duque de Caxias, entre outros, frequentando o local. O Bar do Papa agradece. Em tudo dai graças. Amém.
Brizolista? Xau
bom dia. to pasma c a criatividade e logico com o a juncao literaria. moro em cascadura e jamais soube desse bar e sua proposta. ja que nem frequento bares.. mais acho valido a proposta de entretenimento a outros.
Moro em Cascadura há quase um ano, e não sabia disso kkk. Obrigado, Diário do Rio??
Moro em Cascadura há quase um ano, e não sabia disso kkk. Obrigado, Diário do Rio??