Morar no Rio de Janeiro tem, como todo lugar, os seus pontos positivos e negativos. Quem não gostaria de morar de frente, ou bem pertinho, do cartão postal tema da música de Tom Jobim? Acordar em um domingo de manhã de sol e atravessar a rua para chegar a uma das praias, pegar sol e mergulhar nas ondas? A frase clichê não é à toa, imagine como seria.
Mas nem todo mundo curte praia em dias quentes (tem coisa melhor que passear nela à noite ou em um fim de tarde?). Então pense em acordar vendo o Cristo ou ter, como paisagem, o Pão de Açúcar. Certo, chega de criar imagens bonitas e vamos pensar se esses lugares, altamente valorizados, são os melhores para se viver.
Ipanema fica próximo à Copacabana e Leblon, que, por sua vez, não é longe da Lagoa. Juntos, eles formam o metro quadrado mais valorizado do Rio e, na verdade, até do Brasil – dados do site FipeZap. Não é para menos, já que a questão aqui está um pouco além de ter a beleza natural privilegiada e, em geral, tratar-se de bairros um tanto familiares.
O Rio de Janeiro será sede das Olimpíadas de 2016 e, por isso, a infraestrutura tem sofrido melhorias consideráveis. São vias expressas para o transporte público (Transoeste, a Transcarioca e a Transolímpica) e outras estações de metrô. Uma das que mais chamam atenção é a que ligará a Barra da Tijuca, escolhido por muitos como um dos melhores bairros para se viver, aos demais bairros da cidade.
Claro que não são só esses que vão sair no lucro. A Tijuca, que fica na Zona Norte da cidade, também está passando pela valorização. Hoje, algumas casas e apartamentos chegam a ser um investimento de 2 milhões. Isso porque o bairro fica colado ao Maracanã, palco de muitos jogos da Copa do Mundo, que ocorrerá em 2014. Vale ressaltar a proximidade com a Praça Saens Peña, que funciona quase como um grande centro dos meios de transporte, possibilitando chegar a qualquer lugar da cidade a partir dali. Não é para menos que comprar um apartamento na Tijuca não seja mais tão simples assim.
Se for pensar a sério, não é simples em praticamente nenhum lugar da cidade. Até bairros menos valorizados, em comparação a esses, têm sofrido um aumento considerável na cobrança por metro quadrado. Grajaú e Vila Isabel, ambos próximos ao habitado Morro dos Macacos, são essencialmente bairros familiares. Calmos e tranquilos, com uma rede boa de restaurantes mais em conta e toda a infraestrutura para garantir a proximidade de demais lugares (estamos falando de praças para lazer, padarias, clubes e escolas), ganham seu destaque no cenário carioca.
Pensar em morar no Rio de Janeiro já deixou de ser fácil há algum tempo. Passar um tempo na cidade tem se provado ser pior ainda: hotéis, luxuosos ou não, também aproveitam as vantagens para aumentar suas diárias. Copacabana Palace, Windsor Copacabana ou Barra, Gloria Palace Hotel são apenas alguns nomes de hotéis cinco estrelas que acabam por não ser acessíveis para a maior parte da população viajante, citando aqui não só brasileiros das demais cidades, mas turistas que vêm de países e cidades estrangeiras.
Os preços absurdos não se restringem a esses hotéis de luxo. Aqueles menos valorizados também se mostram com uma base financeira maior do que anos anteriores e, pior, maior do que os próprios padrões internacionais. Fato esse que chamou a atenção do público da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), ocorrida em julho de 2013. Os custos estavam tão altos que nem todos os hotéis ficaram lotados, enquanto uma lista surpreendente de pessoas deixaram de vir por não ter bancar o lugar onde ficariam.
Não há dúvida de que ser carioca e morar no Rio de Janeiro é sim incrível. É uma cidade bonita, com vida e que tem passado por melhorias. Entretanto, até onde/quando os custos serão abusivos é um questionamento que só o tempo responderá. Enquanto isso, podemos apenas trabalhar com suposições.