A empresa turca Karpowership Brasil Energia Ltda é quem está por trás da proposta de instalar quatro termelétricas a gás sobre balsas flutuantes na Baía de Sepetiba. Na ideia está a implementação de 36 torres de transmissão ao longo de 15 quilômetros, sendo sete delas dentro da baía e as demais no manguezal e área de Mata Atlântica protegida do entorno. Ainda assim, a companhia pediu às autoridades do Estado do Rio de Janeiro que o empreendimento fosse dispensado de qualquer estudo de impacto ambiental. O argumento utilizado para isso foi de que, por não existir projeto igual no Brasil, não há legislação que exija ou oriente o estudo. Em março, veio a autorização do Inea para a instalação de todas as torres de transmissão em terra firme e na Baía de Sepetiba
Tal infraestrutura gigantesca teria capacidade para produzir 560 megawatts de energia por dia, o que equivale ao abastecimento de 560 mil casas. Parece um importante projeto, solicitado após uma década de crise hídrica no país. Contudo, o projeto está fora do seu tempo. Recentemente o Governo Federal retomou a bandeira tarifária verde nas contas de energia (anunciada para dia 16 de abril), devido a recuperação dos nossos mananciais e represas. Segundo seus representantes, o risco de falta de energia foi totalmente afastado. Dessa forma, o serviço de energia das termelétricas, previsto para durar apenas três anos e seis meses, pode se tornar desnecessário, fazendo com que a urgência do projeto tenha que ser revista.
Um projeto desta magnitude não pode deixar de contemplar consultas públicas com a população e a discussão junto a especialistas. Atualmente, a Baía de Sepetiba sofre com os impactos de décadas de políticas de industrialização pesada, com a ocupação e a degradação dela e de seu entorno. As populações tradicionais, como as marisqueiras e os pescadores, têm sentido na pele – e no bolso – a queda de produtividade e o aumento da mortandade de peixes e de toda fauna marinha. É óbvio dizer que a sobrevivência desses trabalhadores está diretamente relacionada à dinâmica da baía e sua biodiversidade.
Não podemos aceitar projetos impostos de cima para baixo, sem o estabelecimento de diálogo, ainda mais quando há perspectivas obscuras sobre os riscos que serão submetidos ao local. Precisamos saber qual será o verdadeiro custo do projeto. Não podemos aceitar calados que a Zona Oeste seja sempre a ‘zona de sacrifício’ da cidade, do estado e, agora, do país.
Nessas zonas sacrificadas se observa a instalação de empreendimentos e instalações que promovem graves danos ambientais, que acabam por impactar diretamente famílias, em maioria, pretas ou pardas de menor renda. Um projeto como esse pode agravar uma desigualdade no nosso território. Precisamos mudar o rumo das políticas energéticas e ambientais do nosso país, com elas andando lado a lado.
Nosso mandato está junto da população e assim irá continuar, seja participando de organização de ato para discutir o projeto com a população de Sepetiba, seja em audiência pública na ALERJ. O que está na pauta é a defesa do nosso futuro e da Baía.
Como assim “fora do seu tempo”? Só pro Siri, que como o animal, anda para trás. Energia se pensa a longo prazo. Os reservatórios que se encheram podem se esvaziar no ano que vem. Este projeto consolida o Rio de Janeiro como polo energético e potencializa usar o gás produzido aqui – reduzindo impactos ambientais de ficar transportando isso por aí.
Se não há legislação a respeito, não há o que fazer – a Administração faz o que lhe é autorizada, não o que lhe dá na veneta. Já o empreendedor faz tudo, exceto o que for proibido. Laissez-faire, Laissez-passer! Como parlamentar, o Sr. Siri deveria saber disso!
Consultas públicas? Especialistas? Ãhã. Sei. Só pra engambelar. Na verdade. as pessoas não têm a mínima noção do que seja a degradação do meio ambiente, tanto que isso acontece no local há qto tempo? E ninguém fez nada? Pois é. Vai piorar muito, se instalarem essas tais balsas. Este país tá atirado mesmo. É gandaia.