Não me tornei conservador. Na verdade, me descobri conservador.
Em 1994 voltei ao Brasil, depois de 5 anos morando nos EUA, e desde então não conseguiu mais me conformar com nosso atraso, crime e corrupção.
Tive a ideia de criar um partido político, o Novo.
Conheci o liberalismo, a importância da competição, do livre mercado e da redução dos impostos.
Mas sempre senti que a questão do Brasil era moral, e o maior problema era a impunidade, que gera a corrupção e o crime sem controle.
Percorri o país inteiro falando sobre isso. Nunca vai existir desenvolvimento enquanto formos prisioneiros do crime.
Por isso acabei saindo do partido que ajudei a criar – porque não existirá nunca “livre mercado” enquanto formos assaltados todos os dias, e o criminoso ficar impune 98% das vezes.
Na minha caminhada pessoal e política, tive cada vez mais consciência da importância dos valores morais.
No Brasil de hoje, é preciso enorme coragem para defender esses valores. Vivi isso na pele. Mas é nisso que acredito.
Segui meu caminho, tentando encaixar meu pensamento em algum lugar.
Até que um dia, lendo Thomas Sowell, Burke, Russel Kirk e Roger Scrutton, descobri que sou conservador.
O conservadorismo é o aperfeiçoamento do liberalismo – é a defesa da liberdade, não só no plano econômico e político, mas moral.
Os fundamentos morais são a base de tudo.
“A ordem moral precede a ordem econômica”, já disse Roger Scruton.
É nisso que acredito.
É esse caminho que sigo.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Em matéria de bu®®Ice, o senhor é um PhD
Liberalismo é só um eufemismo barato para “cada um por si (e que vença quem tem mais dinheiro)”.
Pensamento tacanho em um mundo cada vez mais marcado pela miséria e desigualdade, ganância, egoísmo.
Livre competição? De quem? Do que larga na frente com grana e privilégios contra o que precisa ralar pra ter o básico e depois ainda “competir”?
Falar em competição num mundo assolado por guerra, poluição, fome e desigualdade é assinar atestado de cegueira seletiva. Precisamos de mais colaboração, empatia, generosidade, interdependência, enfim, seres mais humanos.
Mas você ainda pode rever certas posições se achar que vale a pena.
Tudo de bom.
O seu problema é moral. “O problema” do país é desemprego, desigualdade, juros bancários altíssimos que impedem o exercício da livre iniciativa e leva à falência o empresariado iniciante. 45% da arrecadação para pagar juros, que não param de subir.
O problema não são as mulheres que optam por interromper a gravidez, por exemplo.
Seus pensadores selecionados ou faleceram ou já se aposentaram.
Você não é um conservador. Você é a versão 2022 do brasileiríssimo “arcaísmo como projeto”, gestado na mesma época do Edmund Burke, por sinal.
Como diz o próprio Sowell, “É preciso um conhecimento considerável apenas para perceber a extensão de sua própria ignorância.”. E você diz as coisas com muita potência para quem, efetivamente, tem um conhecimento considerável.
Lamentável.
Concordo inteiramente!!! Também vivi fora do Brasil e sei quão difícil é a volta e permanecer aqui!!!
Julio Sergio dos Mares Guia,Msc.