Roberto Motta: É nisso que acredito

Por que ser conservador no Rio de Janeiro? Colunista do DIÁRIO dá sua opinião

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Foto: Gabriel Menegale

Não me tornei conservador. Na verdade, me descobri conservador.

Em 1994 voltei ao Brasil, depois de 5 anos morando nos EUA, e desde então não conseguiu mais me conformar com nosso atraso, crime e corrupção.

Tive a ideia de criar um partido político, o Novo.

Conheci o liberalismo, a importância da competição, do livre mercado e da redução dos impostos.

Mas sempre senti que a questão do Brasil era moral, e o maior problema era a impunidade, que gera a corrupção e o crime sem controle.

Percorri o país inteiro falando sobre isso. Nunca vai existir desenvolvimento enquanto formos prisioneiros do crime.

Por isso acabei saindo do partido que ajudei a criar – porque não existirá nunca “livre mercado” enquanto formos assaltados todos os dias, e o criminoso ficar impune 98% das vezes.

Na minha caminhada pessoal e política, tive cada vez mais consciência da importância dos valores morais.

No Brasil de hoje, é preciso enorme coragem para defender esses valores. Vivi isso na pele. Mas é nisso que acredito.

Segui meu caminho, tentando encaixar meu pensamento em algum lugar.

Até que um dia, lendo Thomas Sowell, Burke, Russel Kirk e Roger Scrutton, descobri que sou conservador.

O conservadorismo é o aperfeiçoamento do liberalismo – é a defesa da liberdade, não só no plano econômico e político, mas moral.

Os fundamentos morais são a base de tudo.

“A ordem moral precede a ordem econômica”, já disse Roger Scruton.

É nisso que acredito.

É esse caminho que sigo.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Liberalismo é só um eufemismo barato para “cada um por si (e que vença quem tem mais dinheiro)”.
    Pensamento tacanho em um mundo cada vez mais marcado pela miséria e desigualdade, ganância, egoísmo.

    Livre competição? De quem? Do que larga na frente com grana e privilégios contra o que precisa ralar pra ter o básico e depois ainda “competir”?

    Falar em competição num mundo assolado por guerra, poluição, fome e desigualdade é assinar atestado de cegueira seletiva. Precisamos de mais colaboração, empatia, generosidade, interdependência, enfim, seres mais humanos.
    Mas você ainda pode rever certas posições se achar que vale a pena.
    Tudo de bom.

  2. O seu problema é moral. “O problema” do país é desemprego, desigualdade, juros bancários altíssimos que impedem o exercício da livre iniciativa e leva à falência o empresariado iniciante. 45% da arrecadação para pagar juros, que não param de subir.
    O problema não são as mulheres que optam por interromper a gravidez, por exemplo.
    Seus pensadores selecionados ou faleceram ou já se aposentaram.
    Você não é um conservador. Você é a versão 2022 do brasileiríssimo “arcaísmo como projeto”, gestado na mesma época do Edmund Burke, por sinal.
    Como diz o próprio Sowell, “É preciso um conhecimento considerável apenas para perceber a extensão de sua própria ignorância.”. E você diz as coisas com muita potência para quem, efetivamente, tem um conhecimento considerável.
    Lamentável.

  3. Concordo inteiramente!!! Também vivi fora do Brasil e sei quão difícil é a volta e permanecer aqui!!!
    Julio Sergio dos Mares Guia,Msc.

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