Rogério Amorim: O palanque acadêmico

Rogério Amorim denuncia evento com 3 pré-candidatos do PSol, Boulos, Tarcísio e Renata Souza, na UNI-Rio e do tipo de "democracia" do PSol

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Guilherme Boulos, Professor Tarcísio e Renata Souza

No fim da tarde desta quarta-feira (18/05) a UNI-Rio vai receber em um de seus auditórios na Praia Vermelha um evento “em defesa da democracia”. Quando observamos, no entanto, um cartaz de divulgação do evento, percebemos que o mesmo será algo como um encontro de veganos numa churrascaria-rodízio ou a reserva de um espaço na areia da praia para a prática do basquete. No primeiro caso, todo mundo sai com fome. No segundo caso, a bola não quica e não tem jogo. Por que faço essas comparações? Porque o tal evento “Em defesa da democracia e das urnas” tem três “palestrantes”: Guilherme Boulos, pré-candidato a deputado federal por São Paulo, e Tarcisio Mota e Renata Souza, ambos pré-candidatos a deputados estaduais pelo Rio de Janeiro. Todos, como o leitor já deve ter percebido, do PSOL. E aqui não vou nem mesmo entrar no mérito de achar estranho que uma universidade sirva de palanque para três candidatos de um mesmo partido. Já sabemos que a esquerda é hegemônica nas universidades públicas “democráticas” nas quais quaisquer divergências para o centro ou para a direita resultam em perseguição e esvaziamento.

O que os alunos da UNI-Rio verão nesse evento? Vamos antecipar: provavelmente serão duas ou três horas dos candidatos fazendo discursos cheios de bordões, sendo imitados pela plateia e concordando em absolutamente tudo entre eles. Vão chamar o presidente de “genocida” sem que nenhuma voz discordante tenha a chance de explicar que este é um uso totalmente equivocado da palavra “genocida”. Vão chamar a Polícia Militar de racista sem que ninguém interrompa para lembrar que mais de 50% dos seus integrantes são negros ou pardos. Vão seguramente ser contra privatizações sem que ninguém entre no debate para falar na urgência que o Brasil tem de mais responsabilidade fiscal e de equilibrar orçamentos.

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Tudo será aceito pela plateia como verdade definitiva. Este é o conceito de “democracia” que o PSOL e vários outros partidos de esquerda defendem. Mas qual a surpresa? Afinal, apoiam uma ideologia que demanda a ausência da democracia para ser implantada. É assim em Cuba, é assim na Venezuela, é assim na Coreia do Norte, foi assim no Leste Europeu, foi assim na União Soviética com o Holodomor, a grande fome causada por Stalin na Ucrânia dos anos 30, e sempre será assim em qualquer lugar que se tente implantar – haja vista que o candidato deles a todo instante fala em “regulação da mídia”.

Cabe a nós lamentar, no entanto, o patrimonialismo dessa gente, como não hesitam em usar o espaço público como se fosse deles, sempre amparados por um corpo docente que coloca o esquerdismo em primeiro lugar. Em 2016, quando as universidades começaram a abrigar manifestações contra o impeachment, o procurador federal Ailton Benedito, de Goiás, foi uma voz solitária contra o uso do espaço público, expedindo para todas as universidades, órgãos e autarquias federais daquele estado uma recomendação para que fossem proibidos quaisquer atos políticos em suas instalações. A medida foi amplamente noticiada no país inteiro. Seria bom que tivéssemos mais e mais Ailtons Beneditos para que o espaço público fosse mais respeitado.

Enquanto isso, ficamos mais distantes do ideal de universidade plural, livre e formadora do pensamento. Vence a universidade doutrinadora e partidária. Uma pena.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Cada um no seu quadrado. A esquerda organiza debate nas praças, universidades e áreas públicas e a direita dos Bolsominions Mamateiros faz “debate” em igreja, nas zonas de milícia e na privada. Simples assim.

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