Vinte e seis crianças encontradas. Esse é o saldo de dois meses de Alerta Pri, completados no último dia 23 de maio. Finalmente, hoje, no Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, enquanto mais de 30 países já contam com o Alerta Amber, os fluminenses podem contar com um sistema de alerta enviado por SMS, como não existe em nenhum outro estado brasileiro.
Repito, vinte e seis crianças encontradas. E esse número aumenta a cada dia. Permitir que a mãe do menino Isaac do Carmo Felix e da menina Brenda Aparecida Pires da Silva voltem a sorrir não tem preço, assim como é imensurável a alegria de ajudar a salvar a vida de uma criança.
Quando os primeiros alertas foram disparados para os telefones celulares de milhões de cidadãos do Rio de Janeiro, muitas pessoas pensaram que que se tratava de trote ou tentativas de golpe. Felizmente, a imprensa ajudou a divulgar a importância dos alertas e continua prestando esse papel fundamental de estimular as pessoas a se cadastrarem para receber os alertas, enviando um SMS com o próprio CEP, totalmente sem custo, para o número 55190.
Quando propus a lei do Alerta Pri na Alerj, ainda no ano de 2020, e recebi todo o apoio da casa legislativa, não imaginei que minha luta tivesse que ser tão árdua até chegar ao dia de hoje, quando temos um saldo de 37 alertas disparados. Mais de um ano se passou desde o dia em que o governador Cláudio Castro sancionou a lei do Alerta Pri, em janeiro de 2021, até o primeiro disparo, no dia 23 de março de 2022.
Trabalhei durante seis meses à frente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Crianças Desaparecidas, durante a qual ouvimos uma série de denúncias de desaparecimentos de crianças nunca desvendados, de negligência no atendimento às mães nas delegacias e, principalmente, me deparei com a realidade social das famílias que não recebem nenhum tipo de assistência do Estado para encontrar seus entes queridos.
Hoje, podemos dizer que o Alerta Pri é fruto de uma grande força-tarefa que uniu os deputados estaduais do Rio de Janeiro, a Polícia Civil e o Governo do Estado do Rio de Janeiro e as operadoras de telefonia.
Mas a luta pelos desaparecidos não acabou. Atualmente, me desdobro para que o Alerta Pri seja uma ferramenta permanente da Polícia Civil do RJ e que, cada vez que uma criança desaparecer, sua foto seja visualizada por cada portador de telefone celular deste estado. Outras grandes metas têm ocupado meus esforços: a assistência às mães de crianças desaparecidas – que têm muita dificuldade de se manter enquanto empreendem suas buscas e merecem toda a atenção do Estado – e a criação de mais delegacias especializadas.
