Um novo recurso tecnológico vai auxiliar na preservação do conjunto arquitetônico e paisagístico de Petrópolis (RJ). Nesta terça-feira (31/05), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultural e ao Ministério do Turismo, realizou o primeiro monitoramento aéreo dos bens tombados da cidade. A ação foi viabilizada pelo uso de drone.
A iniciativa inédita do Iphan-RJ se soma a outras ações do Instituto para monitorar a preservação dos bens culturais de Petrópolis, que neste ano foi atingida pelas chuvas mais fortes da sua história. Desde o início da tragédia, a Autarquia tem promovido uma sequência de vistorias e análises nos monumentos. Dados preliminares indicam que, em sua grande maioria, as edificações resistiram bem.
“Ante a enormidade do desafio que é lidar com um conjunto tão expressivo de patrimônio histórico como é o do Estado do Rio de Janeiro, com tantas carências acumuladas ao longo de décadas, nós temos que focar cada vez mais em soluções inovadoras e parcerias originais”, afirmou o superintendente do Iphan-RJ Olav Schrader.
A partir de laudos encaminhados pela Defesa Civil, o Iphan delineou um quadro geral da cidade. Com o drone, essa ação será aprimorada: a visão superior e panorâmica do dispositivo oferece um ponto de vista único para o acompanhamento do conjunto tombado. Nesse sentido, o mapeamento aéreo vai contribuir para a elaboração de diagnósticos pós-tragédia.
“Apenas em Petrópolis, estamos falando de um universo de aproximadamente mil imóveis no conjunto tombado e aproximadamente dez mil imóveis no entorno. Por mais que a nossa enxuta equipe técnica seja altamente capacitada, há limites para o que é humanamente possível realizar. A inovação tecnológica que estamos lançando em Petrópolis veio literalmente dar asas ao nosso trabalho. E já está produzindo resultados que ficarão à disposição da sociedade”, disse Schrader.
Outras medidas também estão sendo adotadas para preservação do Patrimônio Cultural petropolitano. A Autarquia está em contato permanente com proprietários de imóveis tombados a fim de orientá-los sobre a conservação dos bens. O Iphan também acompanhou os trabalhos arqueológicos do Palácio de Cristal, cujas prospecções já haviam sido concluídas antes das chuvas. Entre as boas notícias destaca-se o projeto da revitalização da Catedral Imperial de Petrópolis, que será inaugurado em 1º de julho deste ano. Em curso desde janeiro de 2021, as intervenções contemplaram a implantação de uma galeria de arte autoexpositiva, que promete incrementar a visita de fiéis e turistas. Além disso, foram executados serviços de limpeza; recuperação das fachadas, cobertura e revestimentos interiores; bem como a criação de um circuito visitável no interior da
cobertura do templo.
De maneira paralela, foi realizado um amplo e desafiador trabalho de reforço das bases estruturais para impedir o avanço de deformações causadas pela chuva torrencial de 1988. Arqueólogos acompanharam de perto este serviço. De caráter multidisciplinar e complexidade logística, as obras foram fomentadas pela Lei de Incentivo à Cultura e acompanhadas pelo Iphan.