A partir do dia dezessete de março, terá início uma nova fase para o aeroporto Antonio Carlos Jobim, o Galeão cujo leilão de privatização foi realizado no dia 22 de novembro. Terceiro maior aeroporto do Brasil, o Galeão sofre com problemas estruturais básicos, um obstáculo para que o Rio de Janeiro possa ampliar seu lugar de destaque como destino mais procurado do Brasil e atender a uma das suas principais vocações, que é o turismo.
Quando assumir o comando da administração, a partir de julho, o consórcio Aeroportos do Futuro, liderado por Odebrecht e Transport, ganhador da concessão, iniciará obras estruturais que incluem construção de terminais, de novas pistas, melhorias no pátio de aeronaves e estacionamentos. O investimento previsto é de cinco bilhões e 700 milhões.
O consórcio fez oferta de dezenove bilhões e dezoito milhões de reais pelo Galeão, representando ágio de quase 294%, valor que superou as expectativas do governo.
Atualmente, o Galeão movimenta, por ano, cerca de dezessete milhões e meio de passageiros. O prazo de concessão será de vinte e cinco anos, podendo ser prorrogado uma vez, por mais cinco anos. A expectativa da ANAC é que 60 milhões de passageiros utilizem o aeroporto em 2038, ano em que acaba a concessão.
Apesar de o consórcio vencedor só assumir o aeroporto no segundo semestre de 2014 (a Infraero permanecerá como acionista do novo administrador, com 49%), algumas melhorias já devem ser notadas no funcionamento do Galeão durante a Copa do Mundo.
Isso porque, além de a Odebrecht ter larga experiência em obras de construção e modernização de aeroportos, no Brasil e no exterior, (inclusive o futuro presidente do consórcio fez parte do grupo que construiu o Terminal 1), participar de grandes obras no estado e de estar à frente das companhias administradoras da Supervia e do estádio do Maracanã, o consórcio se associou à Changi, empresa operadora do aeroporto de Cingapura, apontado pelos especialistas como um dos mais eficientes do mundo, um cinco estrelas da aviação. Ele conta com centenas de lojas e restaurantes, tem hotéis, cinemas e jardins, uma concepção moderna, capaz de oferecer boas opções de lazer durante os inevitáveis períodos de espera para passageiros e acompanhantes e, também, para tripulantes, pessoal de apoio em terra das companhias aéreas, prestadores de serviços e funcionários permanentes.
Gostaria de destacar a fundamental atuação de Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República no processo que culminou na maior privatização do governo do PT.
Ex-prefeito de Niterói, governador do Rio, deputado federal e assessor especial do então presidente Fernando Henrique Cardoso, Moreira é conhecido como tocador de obras e ganhou mais prestígio no governo Dilma após o sucesso do leilão dos aeroportos do Galeão e de Cofins, em Minas Gerais.
O ministro Moreira Franco acredita que as concessões de aeroportos brasileiros à iniciativa privada ajudarão a tornar a Infraero mais competitiva, tanto em termos econômicos quanto na prestação de serviços. Usar as concessões aeroportuárias para tornar a Infraero mais competitiva foi uma das estratégias adotadas pela presidenta Dilma Rousseff para o setor, com o objetivo de melhorar o serviço ao passageiro, aos usuários dos aeroportos dos terminais concedidos e a operação deles com base nas experiências do exterior.
Com a união inédita das três esferas de poder (federal, estadual e municipal), o Rio de Janeiro está colhendo os frutos de um processo de desenvolvimento que certamente culminará em grandes mudanças positivas para seus habitantes, que usufruirão de melhorias estruturais, da criação de novos empregos e aumento de renda e serviços à altura de sua importância econômica, cultural, social e turística.