No final de 2019, o DIÁRIO DO RIO começou a publicar sobre as movimentações para a criação da Universidade do Mar, projetada para funcionar na Ilha de Brocoió, na Baía de Guanabara, próximo à Paquetá. O jornal foi pioneiro na divulgação da instituição, que vai contribuir muito para o Rio de Janeiro. Entretanto, passado esse período, a iniciativa ainda não recebeu a cessão de uso para dê mais um passo e comece a funcionar.
Ambientalistas e demais instituições apoiadoras do projeto da Universidade do Mar – são mais de 100 –, começam a questionar a demora do Governo Estadual, através da Secretaria de Estado da Casa Civil, para fazer o projeto andar.
De acordo com ambientalistas, o Governo do Estado está travando a cessão de uso que foi cordada em várias reuniões realizadas, no ano passado, no Palácio Laranjeiras, que teve a participação do professor Marcos Bastos, como representante do reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), além do Movimento Baía Viva e da Associação de Moradores de Paquetá (Morena). A Universidade do Mar foi criada como curso de extensão da Uerj.
Ainda segundo ambientalistas, em algumas dessas reuniões foi falado sobre um “fantasma” que rondaria a Ilha de Brocoió. O fantasma seria um poderoso grupo empresarial que pretendia construir um grande empreendimento imobiliário em Brocoió: um cassino. A informação chegou a ser noticiada pelo jornalista Ancelmo Gois, no O Globo, em 2018.
Desde o governo Sérgio Cabral, o Estado do Rio vem tentando licitar o uso da Ilha de Brocoió, mas as licitações não tiveram sucesso. “Na prática, a única destinação de uso consistente pra Brocoió é a instalação do campus avançado da Universidade do Mar”, destacam ambientalistas.
Procurada pela reportagem do DIÁRIO DO RIO, a subsecretaria de Relações Internacionais da Secretaria de Estado da Casa Civil, responsável pelo processo da Universidade do Mar na Ilha de Brocoió, não respondeu o contato.
Professor Marcos Bastos, diretor da Faculdade de Oceanografia da Uerj, acredita que no ano passado o processo estava mesmo parado, porém, começou a andar: “De fato concordo quanto ao ano passado, mas considero que agora esteja caminhando. Temos questões ambientais do entorno, como o baixo calado (profundidade) que teremos que conjuntamente com o Inea definir a melhor ação. Ressalto ainda que, como a residência oficial é tombada, é imperativo que o Iphan esteja no âmbito desta discussão”, disse.
No início da próxima semana, será a assinatura da carta de apoio do prefeito de Niterói, Axel Grael, ao projeto da Universidade do Mar.