Nesta terça-feira, (19/07), a Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Subprefeitura de Jacarepaguá realizaram mais uma operação de demolição de construção irregular na região da Muzema, na Zona Oeste do Rio, em área sob influência do crime organizado. O imóvel estava localizado no condomínio Figueiras do Itanhangá, a menos de 100 metros de onde, em 2019, houve o desabamento de dois prédios de cinco andares e que culminou com a morte de 24 pessoas.
Os engenheiros da Prefeitura estimam que o prédio valia R$3 milhões.
As obras estavam sendo realizadas sem nenhuma licença e, aparentemente, sem o acompanhamento técnico devido, considerando diversos vícios construtivos observados pela equipe da Coordenadoria Técnica de Operações Especiais (COOPE).
O imóvel, que tinha vista para a Lagoa de Jacarepaguá, possuía três andares, sendo dois em fase de acabamento e um em fase de alvenaria, com indícios que outros pavimentos seriam erguidos pelos responsáveis. Até o momento, o prédio tinha seis apartamentos de 70m2, em média. Também foi encontrada uma ligação clandestina de água.
Brenno Carnevale, secretário de Ordem Pública, afirma que essas ações de demolições irregulares são fundamentais para o bem estar da cidade. “Essa ação também asfixia financeiramente o crime organizado, tendo em vista que esse é um grande mote de lavagem de dinheiro para os criminosos”, completou.
A região da Muzema está sob monitoramento permanente da fiscalização da Prefeitura e já constam para o local mais de 60 processos em andamento.
“Não podemos permitir essas construções irregulares em nossa cidade, principalmente pela segurança dos moradores. Nesse caso aqui, estamos muito próximos de uma encosta, no condomínio onde, em 2019, 24 pessoas morreram. Por isso, mais uma vez, segue o nosso alerta para que as pessoas não construam sem licença, sem um engenheiro responsável ou sem algum tipo de legalidade”, reforçou a subprefeita de Jacarepaguá, Talita Galhardo.
Também participaram da operação o Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Secretaria de Conservação, Guarda Municipal, Comlurb, Rioluz, Light, Iguá e Polícia Militar.
Todo prédio mesmo desses erguidos clandestinamente teve em algum momento atuação de profissional de arquitetura e engenharia de modo não oficial porque nenhum leigo ou mesmo pedreiro vai ter conhecimento técnico suficiente para sozinho com ajudantes de obra erguer edificações com 6, 8, 10 andares.
Continuarão essas organizações milicianas com suas empreitadas criminosas no setor imobiliário enquanto as Polícias não investigarem com apoio dos Conselhos de Classes (CAU e CREA) as eventuais participações de arquitetos e engenheiros ainda que só na fase de elaboração do projeto e não no executivo, devendo, além de responsabilizações por associação com o crime organizado, também suspenderem a atuação profissional.